rolfmuller
rolfmuller

%AVATAR%

%LOGIN% %TIMESTAMP%

%COMMENT%

14 de janeiro de 2013 às 05:42 21 views

Foto: Molokai, Hawaíi




Mentiras sociais - parte 1


“De tanto se repetir uma mentira, ela acaba se transformando em verdade.”, disse uma vez Goebbels, o ministro de propaganda de Hitler. Como bem sabemos, as consequências das mentiras da máquina de propaganda do terceiro Reich foram devastadoras. Igualmente devastadoras são aquelas pequenas mentiras que são pronunciadas diáriamente por inúmeras pessoas, aparentemente sem o direito de serem questionados, como por exemplo "amor incondicional de mãe", "querer é poder", "impossível ser feliz sozinho", etc

Em todas as sociedades as pessoas questionadoras costumam ser críticas, atacadas, ridicularizadas e mal vistas. De fato, uma pessoa que faz questão de usar o próprio cérebro e se reserva o direito de pensar por ela mesma, não tem uma tarefa fácil em uma sociedade onde a maioria parece estar desmiolada, ligada no auto-piloto ou dependente da opinião alheia.

Já foi falado em outro momento, que o ser humano é o único animal na face da terra, que além da programação biológica (comer, beber, reproduzir e sobreviver), traz também uma auto-programação individual, ou seja, cada um de nós tem a possbilidade de fazer inúmeras escolhas, que no fundo somente buscam atender um único objetivo: se tornar mais feliz.

Esse é justamente o grande problema das mentiras sociais. De tanto repetir que toda mãe tem amor incondicional, parece que isso se tornou uma verdade inquestionável. O amor incondicional somente existe durante alguns meses, enquanto a criança é recém nascida e totalmente indefesa. A partir do momento em que ela começa se rebelar e manifestar vontade própria, toda essa teoria linda escorre pelo ralo. O mais grave disso tudo é o fato, que essa afirmação gera muita culpa. Claro, como uma mãe que escutou a vida inteira, que ela precisa ter amor incondicional, de repente sente raiva do filho, quando ele começa a ser mal-criado, ingrato ou injusto?! Como ela vai administrar essa culpa? Como ela vai administrar o medo de ser considerada uma pessima mãe, se ela manifesta que ela não tem amor incondicional pelo filho nessas horas?

Ela começa a se sentir uma estranha no ninho: se todos afirmam que é preciso existir amor incondicional, como é que ela não consegue sentir isso? A culpa resultante disso, é um prato cheio para ser manipulada constantemente pelo filho. Analisa bem: quando a mãe diz que vai contar algo para o pai, o filho começa a se borrar de medo, porque na idéia da sociedade, o pai não tem a obrigação de dar amor incondicional, ele pode punir, botar de castigo e não tem nenhuma obrigação de ser "bonzinho" com o filho o tempo todo. Até porque uma das funções do pai é repreender, quando o filho abusa ou erra. Até porque se ele for bonzinho demais e não cumpre essa função, é capaz de ouvir: "Ue, não vai fazer nada?"

Mas existe uma grande problema: a sociedade está mudada, o modelo do casamento eterno desmoronou de certa forma, é possível encontrar cada vez mais mães solteiras. Como administrar essa dupla função? Repreender faz parte da educação e é necessário até, dar limite para um filho é tão importante, quanto dar amor. Onde fica então essa bela teoria do amor incondicional, que parece ser uma obrigação?

Porque ela deveria amar incondionalmente um filho que não a respeita e nos piores casos a xinga e maltrata? Até quando vamos continuar afirmando essa besteira do amor incondicional e cometer essa covardia contra a mulher? Até quando vocês mulheres vão se sujeitar à isso? Já está mais do que na hora e dar uma basta para essa obrigação social, que somente causa culpa, dor e infelicidade! Se por acaso não sentir esse amor incondicional que tanto falam, não se sinta mal, porque ele não passa de uma mentira deslavada!

- à continuar -


Subscriptions with local payment methods

Unlimited photos

Subscribe to Meadd