rolfmuller

10 de janeiro de 2013 às 08:22 33 views

Foto: Big Island, Hawaii



Nova comunicação


Ontem levantei uma questão, porque a gente frequentemente não se incomoda quando duas pessoas conversam no restaurante, mas quando uma pessoa fala no celular, isso é capaz de deixar muito incomodado ou em casos mais extremos, irritar até. Porque isso acontece?

Interessante que pessoas da minha geração responderam e questionaram de certa forma o uso do celular, chegando a associá-lo à má educação em casos extremos. Levando em consideração como foi a nossa educação, isso é perfeitamente compreensível. Cada vez que chegava visita na minha casa, o meu pai mandava desligar a televisão, para se dedicar integralmente ao visitante. Quem não fizesse isso, era considerado mau educado. Era uma questão de educação e de respeito; a pessoa era mais importante do que a tecnologia. O mesmo ocorria com o telefone, era preciso desligar para se dedicar ao visitante.

Hoje as coisas mudaram e não é de se estranhar, que isso é capaz de gerar muitos conflitos. A mudança já é um fato consumado e não há mais como ser impedido. Claro que o fato, que a tecnologia parece ter se tornado mais importante, do que o ser humano, é profundamente questionável, até porque parece, que isso não é capaz de aumentar a tão desejada felicidade do ser humano, pelo contrário. As curvas de doenças psicológicas e da evolução tecnológica andam em paralelas!

Sei que existe uma tendência natural, de uma geração mais antiga ficar recriminando o comportamento da geração posterior. Isso pode ter dois motivos: ou ela não consegue se adaptar e por isso refuta enérgicamente o comportamento, ou então por medo de ser ultrapassado (principalmente no mercado de trabalho). Quando a sociedade passa a tratar as pessoas mais idosas como descartáveis, esse medo é de certa forma justificado. Mas isso não é de se estranhar tampouco, porque o mundo atual é marcado pelo consumismo e pelo descarte; uma pessoa que vive há muito tempo nos EUA, me contou que é possível encontrar iphone 4 no lixo, porque a pessoa comprou o iphone 5. Realmente deprimente, não?

A sociedade tem mudado muito por conta de novas formas de comunicação. É preciso se vigiar severamente para não se colocar na contramão de uma evolução que não pode ser mais parada. Um pai me contou no Hawaíi, que o filho não costuma mais atender o telefone, mas ao mesmo tempo responde as mensagens. Ou seja ele precisa escolher entre não se comunicar ou usar a forma de comunicação que o filho quer. Ele finalizou, dizendo algo muito interessante: Os mais jovens adotaram esse comportamento, porque querem falar com várias pessoas ao mesmo tempo.

Mas é preciso defender a nossa geração também, porque não é fácil de assistir e acompanhar essa mudança de relacionamentos (que de certa forma pode ser considerado decadente, porque não?), mais ainda quando se vê nítidamente que por trás dessas aparências existe a mesma infelicidade, que existia na geração antiga. O tédio foi mudado de lugar apenas. Ao mesmo tempo que somos exigidos para não refutar tudo, não somos obrigados também a descartar todos os valores que aprendemos dos nossos país.

É preciso encontrar urgentemente discernimentos, que tornem a sociedade mais saudável. O jovem que refuta o mais experiente por considerar que tudo estava errado que este fez, está tão errado, quanto o mais experiente que refuta a renovação do jovem!