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.:♪: Carreira e consagração :♪:.



A participação no Primeiro Festival de Música Brasileira, em 1965, na TV Record, abriu definitivamente as portas para Elis Regina. Apresentando Arrastão , de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, a gaúcha conquistou o primeiro lugar. Nesse mesmo ano, começou a frutífera parceria com Jair Rodrigues, que renderia os três discos da série Dois na Bossa e o programa de televisão O Fino da Bossa. Este último levou grandes estrelas da então nascente MPB ao palco do teatro Record. Seu primeiro disco individual, Samba, eu canto assim, foi lançado também em 65, pelo selo CBD/Philips.

O fim dos anos 60 foi marcado pela participação de Elis em diversos festivais, com desempenhos ora aplaudidos, ora vaiados. A carreira internacional da cantora também começou nessa época, com apresentações marcantes na França e em Portugal. Em 69, ela volta ao Brasil e divide-se entre o programa Elis Studio, ainda na TV Record, e o cuidado com sua primeira gravidez, fruto do casamento com Ronaldo Bôscoli. Dois anos depois, a cantora deixa a Record e passa à Globo, para apresentar, junto com Ivan Lins, o programa Som Livre Exportação. Elis ganha, logo depois, uma vitrine própria com o mensal Elis Especial, sob a direção do marido Bôscoli e de Miele.

Os melhores autores brasileiros foram gravados por Elis no início dos anos 70. Baden Powell contribuiu com Vou deitar e rolar; de Vinicius de Moraes, ela interpretou Canto de Ossanha . O disco Elis, de 72, trás duas de suas mais antológiocas gravações: Águas de Março e Atrás da Porta. São Paulo assiste extasiado ao show desse disco, com Elis e uma banda de 11 músicos, sob a direção de César Camargo Mariano. Caetano Veloso, em 1973, pede respeito à "maior cantora desta terra", quando, durante um show coletivo organizado pela Philips, a platéia trsata a intérprete com grosseria.

Para festejar 10 anos de carreira, Elis decide gravar um disco com Tom Jobim em 1974. O LP virou show em outubro, com a presença do maestro em São Paulo, há 9 anos sem se apresentar na cidade - um dos destaques do espetáculo é Chovendo na Roseira . O disco anual da cantora, lançado em novembro, traz composições do então novato João Bosco, como Dois pra lá, dois pra cá . 1975 chega trazendo Pedro para Elis, filho de César Camargo, com quem a cantora funda a produtora Trama. A empresa não poderia estrear melhor: o concerto Falso Brilhante leva ao palco muito mais do que uma cantora e sua banda, como puderam comprovar as mais de 1,5 mil pessoas que compareceram - diariamente - ao Teatro Bandeirantes. Mais de 250 apresentações, durante 14 meses, fizeram com que o espetáculo fosse premiado como o melhor do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte.

Depois de trocar a vida poluída na cidade por uma casa na Serra da Cantareira, Elis e César ganham mais uma criança, dessa vez uma menina. Dois meses após o nascimento de Maria Rita, em novembro de 77, o show Transversal do Tempo estréia em Porto Alegre. O espetáculo excursiona por diversas capitais brasileiras e também pela Itália e Espanha. Sobre uma possível apresentação em Buenos Aires, Elis é categórica: "Enquanto meu disco [Falso Brilhante] continuar proibido pela censura argentina, não me apresento lá". A justiça havia interditado a distribuição do disco por conta da música Gracias a la vida, de Violeta Parra.

Em 1979, Elis Regina deixa a Philips e passa à WEA. O novo contrato inclui, de antemão, a participação da cantora no Festival de Jazz de Montreaux, na Suíça. Além da banda com cinco músicos, fazem parte do show o gaitista Toots Thielmans e o multi-instrumentista Hermeto Paschoal. Outro show histórico aconteceu no ano seguinte: o espetáculo Saudades do Brasil começa sua temporada em abril, no Canecão (RJ), mas é interrompido em julho com a morte de Vinicius de Moraes. O show vira disco, com tiragem limitada de 25 mil unidades. Ainda em 80, Elis lança novo disco, desta vez pela EMI-Odeon, dedicado a Rita Lee, "meu ídolo, minha amiga e colega de internato". Seria o último disco gravado pela cantora.

A dedicação à concepção e produção do show Trem Azul ocupa Elis durante 1981. O espetáculo inauguraria a casa de shows paulista Anhembi e depois iria ao Rio de Janeiro e a Porto Alegre. A cantora muda de gravadora mais uma vez, passando agora à Som Livre. Elis não chegou a gravar nenhum disco na nova empresa, pois morreu em 19 de janeiro de 82, em São Paulo, vítima de overdose de cocaína. Uma camiseta com a bandeira brasileira onde se lê "Elis Regina" no lugar de "Ordem e Progresso" veste o corpo da cantora, velado no Teatro Bandeirantes.