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11 de janeiro de 2019 às 02:56 8 views

Guias e portadores do Rwenzori...



Diario Kenia-Uganda 2018 – parte 16

 

However, tomará que nada de pior aconteça com o garoto e que ele consiga ser trazido de volta à tempo! Enquanto isso eu vou seguindo o meu destino. Somente parei para tomar um suco e fazer a foto “desaprovada”, de resto não parei de caminhar. O luchbox de hoje é meio pobre: uma maçã, um sanduiche e o suco de caixinha de 250 ml, que já tomei. Já deve ser umas 14 horas. Eu preciso comer pelo menos o sanduiche, porque somente comi um chocolate pela manhã, o ultimo que sobrou. Após uns 10 minutos continuo a caminhar. Minhas pernas estão exhaustas já, esses dias todos estão cobrando seus tributos. Mas não tem jeito, é preciso chegar até o Kiharo Camp, nem que seja as 22 horas. O sol já baixou bem, eu aproveito para fazer uma última foto e resolvo colocar uma música no meu iphone para caminhar para ter uma distração. Eu ponho metas também por música, assim consigo aumentar meu ritmo um pouco, porque o sol está descendo rapidamente. Ainda tem uma última subida entre dois morros, depois começa uma descida muito íngreme que parece ser infinita. A luz se foi, precisamos colocar nossas “headlights”.

 

Os meus joelhos estão doendo muito, além das duas rótulas, o ligamento posterior da perna direita também incomoda. Sorte nossa que não está chovendo, porque aí seria perigoso até, porque as pedras que temos que descer são bem altas e pontudas, alguns degraus devem chegar a um meio metro. Tanto o Tito quanto o Zeebeedee são um espetáculo de paciência e presteza. Eles percebem que realmente estou nas últimas, muito exhausto mesmo. Na última luz tinha como ver um “walkingpad”, onde precisamos chegar. Esses caminhos são colocados por cima da vegetação para melhor preservação. A meta é colocar bem mais, porque realmente se causa um certo estrago na natureza ao andar pelo pântano, porque conforme o caminho começa a fica fundo, se pisa nas plantas do lado para não afundar o pé. Isso certamente causa bastante estrago na natureza.

 

Mais uma descida e chegamos no fundo do vale. Eu devo estar parecendo bebâdo, porque eu vou cambaleando de cansaço, estou realmente exhausto. Finalmente chega o “walkingpad”, agora falta pouco, o que portanto parece uma eternidade. Exatamente as 20:30 chego no acampamento, um total de 13 horas e 30 minutos de caminhada sem parar.

 

O Zeebeedee me diz que pode levar algo para eu comer no quarto, caso eu não queira ir até o refeitório. Mas eu troco a roupa e sento lá. Os austríacos já chegaram há muito tempo, e eles me dizem que eu certamente devo estar exhausto por nem falar. Fato. Mas um deles está muito ferrado, seu joelho está totalmente inchado, ele está ferrado, porque no dia seguinte temos mais 15 Km para andar. Claro que os caminhos não mais tão íngremes quanto hoje, e também não tem mais lodo, mas andar tantos quilometros assim, eu duvido até que ele vá conseguir, porque quando o joelho tem aquilo líquido por dentro, a coisa tá ruim…

 

Após o jantar, ainda escovo meus dentes e caio diretamente na cama, muito cansado mesmo, preciso dormir para recuperar as minhas forças. A gente combinou para começar a andar umas 7:30, porque o caminho é longo também. Quando entro no refeitório, tem uma menina varrendo. Dois dias atrás eu a ouvi falar com outras pessoas “direitos iguais”. Óbvio que tenho que brincar com ela: “Po, cadê agora os direitos iguais, você varrendo e limpando as mesas? Po, isso não combina com sua fala!” Ela começa a rir. Tem várias mulheres que são portadores, eu tiro todos os chapéus do mundo para elas. Essas realmente tem todo o meu respeito. Elas são muito mais foda do que eu, tem várias que chegam a ser guias. Eu não me canso de criticar isso: enquanto algumas falam em “empoderamento” (uma tremenda babaquice na minha opinião), outras vão simplesmente lá e mostram que tem muito mais capacidade do que eu por exemplo, porque certamente não seria capaz de carregar os 25 quilos pelo lodo. Outra coisa que acho engraçado, já teve feministas inveteradas que na hora e ter que carregar duas caixinhas de uns 4 quilos cada, pediam ajuda…  Sei que sou muito repetitivo nesse assunto, mas não me canso de esfregar essas coisas na cara das “mimizentas”….

 

Após o café da manhã, eu reuno as pessoas para dar uma gorjeta bem gorda para o Zeebeedee para distrubuir com as outras pessoas. Como já falei em outros lugares, eu parei de contribuir para ONG’s depois que percebi quanta falcatrua e corrupção há envolvido, eu prefiro dar pessoalmente para algumas pessoas que realmente se esforçam e fazem um trabalho espectacular. Os portadores levam 25 quilos, além dos seus pertencentes pessoais, que deve fazer chegar a uns 28 quilos. Visívelmente ficam muito contente com a quantia. Muito bom saber que ficaram contente, certamente esse dinheiro ajuda a várias pessoas e famílias. O astral na baixada é maravilhoso e eu consigo ir num ritmo legal. Ainda tem algumas partes íngremes e algumas subidas, mas bem mais suave do que os outros dias.




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