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Avril Lavigne: “Pensei que nunca mais voltaria a trabalhar”

A cantora Avril Lavigne fala sobre seu novo single ‘Head Above Water’, sua relação com o ex-marido e como é viver com a doença de Lyme.

- Você saiu do radar nos últimos anos – e recentemente revelou que esteve de cama por conta da doença de Lyme. Você sabe como contraiu?
★ Eu estava fazendo muita caminhada e outras atividades em áreas de mata.

- Como foi ser forçada a reduzir o ritmo?
★ De certa forma eu notei que estar afastada por um lado foi até bom. Desde o começo da minha carreira eu nunca tive uma pausa assim, sempre fui do estúdio para as turnês, e novamente para as turnês, e mais turnês. (Avril começou com 17, e atualmente está com 34 anos).

- Você está tendo que ser mais cuidadosa com sua saúde agora?
★ Eu terei de ser. Houve momentos em que minha saúde foi totalmente tirada de mim, e agora estar de volta – fazer um álbum totalmente novo, e videoclipes, e sessões de fotos, e voltar a fazer performances – me deixa realmente muito feliz. Eu não posso acreditar no quanto senti falta disso. É parte de quem eu sou. Quando eu estava realmente mal, eu pensei: “Bom, acho que nunca mais vou voltar a trabalhar, é isso, acabou. ” E quando eu estava me recuperando, de cama, sem nem pensar em fazer um álbum novo, eu comecei a escrever canções, naturalmente. Foi muito legal experienciar isso, porque me mostrou que não importa o que houver, a música está em mim. Não é forçado, já está lá e é parte de quem eu sou.

- Seu primeiro single de retorno, “Head Above Water”, é uma balada que requer uma voz poderosa. Você ficou surpresa por sua voz não ter sido afetada por ter estado doente?
★ Eu fiquei realmente preocupada que quando eu me levantasse e começasse a cantar eu teria que me esforçar e exercitar pra fazer minha voz voltar ao que era. Mas eu penso que esse recomeço me fortaleceu emocionalmente, fisicamente e espiritualmente. Ser derrubado tão intensamente assim reinicia muitas coisas. Eu me sinto muito orgulhosa – vitoriosa que eu passei por isso, e estou aqui agora. E estou orgulhosa por minha primeira canção ser sobre essa experiência. E como não seria?

- Foi difícil passar pelas sessões de gravação?
★ Eu me lembro que houve um ponto em que o Chad (ex-marido e vocalista do Nickelback), estava gravando meus vocais e teve que me colocar de lado por um instante porque eu ia começar a chorar. E chorar no estúdio nunca é uma coisa boa pras cordas vocais, elas se estreitam e isso muda completamente o tom. Ele ficou tipo: “Não, não, não, não chore!”, e eu me afastei do microfone, fui pro banheiro, me sentei no chão e limpei minha mente. Talvez por isso você consiga sentir a emoção na música.

- Foi importante ter alguém como um ex-marido, que te conhece tão bem, naquela sala?
★ Chad e eu somos bons amigos. Pemanecemos próximos e ele me apoia até os dias atuais. Então foi muito especial tê-lo ali me ajudando.

- Você vai lançar um álbum novo no ano que vem – você também vai visitar a Austrália?
★ Eu amo a Austrália; vocês sempre foram um grande apoio. Eu me lembro de surfar na praia de Manly (em 2011). Nem acredito que fiz aquilo. Me lembra do Canadá (sua terra natal), porque as pessoas são igualmente tranquilas e relaxadas, e eu fiz bons amigos lá.

- Alguns anos fora dos holofotes podem ser arriscados. Você se sentiu aliviada por seus apoiadores ainda estarem lá?
★ Sim! Eu fiquei impressionada com o quão forte minha fã-base se manteve, mesmo após um afastamento como esse. Eles são muito presentes, eu os vejo online. Eles têm voz e fazem barulho. Foi realmente muito bom me reconectar com eles.