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※. Nova entrevista Robert a um jornal húngaro

Centenas de garotas de vinte e poucos anos estão à espreita aos arredores do Opera, no Pollack Mihály Square e ao redor da embaixada americana, na esperança de que possam obter um sorriso, uma foto, um autógrafo e um pouco mais em húngaro do que "köszönöm, vagytok hogy csendben" (Obrigado por fazerem silêncio).

O rapaz de cabelo bagunçado, tímido e inarticulado, que estava dormindo na casa de sua agente há dois anos, estava feliz por estar na telona, mas nunca quis a histeria que o rodeia agora.

Robert Pattinson (para aqueles que vivem sob uma pedra: Crepúsculo, Lua Nova) está conquistando Uma Thurman, Kristin Scott Thomas e Christina Ricci nas ruas de Budapeste, usado para cenas de Paris, na adaptação cinematográfica do romance de Maupassant, Bel Ami. A julgar pelas fotos ele parece igualmente bom com um rosto sério, usando fraque e cartola enquanto está rindo, puxando seu cabelo bagunçado, vestindo uma camisa desabotoada e jeans que se ajustam aos seus quadris - do jeito que ele estava durante nosso encontro em Nova York, poucos dias antes ele partiu para Budapeste.

Repórter: Todos os meus colegas em Budapeste estão esperando por você para dar uma entrevista, mas eu já te conheço e sei que você não dá entrevistas enquanto está trabalhando. Quais são seus planos para os seus dias de folga em Budapeste?

RP: Eu nunca estive no Leste Europeu antes e eu sempre quis ir. Você pode imaginar como estou curioso. Eu ouvi dos meus amigos que Budapeste é uma linda cidade. Pessoas que eu conheço que foram ao seu país, todos eles adoram, mas infelizmente não vou ter muito tempo livre. E eu não vou ter muita chance de ser um turista anônimo.

R: A cena musical na Hungria é movimentada e você gosta de fazer música.

RP: Os caras com quem eu cresci todos são músicos e eles são muito bons, eu costumo fazer algo com eles.

R: Que tipo de instrumentos você toca?

RP: Eu estou lutando com o violino agora, não com um professor, sozinho mesmo, mas nem todos que me cercam estão felizes com isso. E eu estou compondo. É interessante; tudo depende do personagem atual que eu estou interpretando. O cara que eu interpreto no meu novo filme, Remember Me é um cara com um sentimento profundo. Quando eu estava gravando esse filme, eu compus muitas músicas novas. O cara em Bel Ami é absolutamente superficial, que não é tocado por nada no mundo, especialmente pela arte e desde que eu entrei na pele dele, eu entrei num bloqueio mental total.

R: Você tem uma banda?

RP: Nós tínhamos uma, mas nos separamos. É muito diferente agora que ela não é mais minha arte principal. É apenas uma diversão a partir da atuação agora. Isso soa um pouco sem graça. Claro que se tiver um microfone em um bar, você não precisa me perguntar duas vezes, até mesmo hoje em dia. Eu fiz isso algumas vezes em Los Angeles, mas alguém gravou e colocou na internet e isso me assustou. Eu não preciso disso. Vou esperar até que essa loucura em torno de mim morra e depois vou fazer música novamente.

R: Como um músico em tempo parcial, eu acho que você está interessado no cenário musical húngaro também.

RP: Como se chamava aquela banda de Nova York? Gogol Bordello! Eles não fizeram um documentário sobre músicos imigrantes do leste europeu? Eu tenho interesse em folclore étnico desde a minha infância, então, claro que sim, eu gostaria de conferir a música húngara também.

R: Peça aos produtores, talvez eles possam fechar um bar para você em Pest.

RP: Imagina, por um lado não seria justo, por outro lado, não seria uma combinação com a multidão aplaudindo e eu imergindo dentro da música deles.

R: Vamos falar sobre Bel Ami então. Nicole Kidman era a pessoa que faria a sua amante originalmente.

RP: Eu não sei o que aconteceu. Ela cancelou ...eu não fiquei sabendo... Uma Thurman assumiu o papel.

R: E por que você o escolheu? É um fato que você trabalhou em teatro clássico em Londres, mas nós só conseguimos lembrar de você dos filmes de Harry Potter e Edward da saga Crepúsculo, que está à anos luz de distância de Bel Ami de Maupassant.

RP: Minha agente me mandou o roteiro um ano atrás, e eu li sem saber que era um romance, e para ser honesto eu não sabia realmente quem era Maupassant. Eu gostei de imediato, porque o roteiro tem algo de especial emocionalmente, o que é muito comum hoje em dia. O mundo está cheio de homens como Georges, o fraque e a cartola são apenas formalidades. Todo mundo é invejoso e ciumento, nada é suficiente para eles, mesmo que eles atinjam seus objetivos. E também, se eu mudei a partir dos três filmes de Crepúsculo, então este é o maior salto, interpretando um cara que está podre até o caroço, egoísta e cru, que é liderado por seus próprios sentimentos e pisa em todo mundo sem pensar. Eu realmente senti o personagem, eu o vi em minha mente. E eu gostei porque você não consegue mai ver esses filmes épicos, de época, então eu agarrei a oportunidade.

R: E o que você gosta em Edward de Crepúsculo?

RP: Eu amei o segundo livro muito mais do que o primeiro, que foi quando eu me conectei pela primeira vez com o personagem. Você pode ser jovem ou velho, quando você se apaixona por alguém pela primeira vez, você começa a idolatrá-la, então você a coloca em um pedestal, e em seguida, o outro é um espelho. Mas depois de um tempo, você vê os seus defeitos no espelho e quanto mais você os vê menos você consegue administrá-lo e, no final, você destrói o amor, dizendo que você não precisa disso. Isso é real, eu posso te dizer isso. É estranho que um livro bobo para meninas como este me trouxe a fama, mas aconteceu e eu não vou protestar.

R: Falando de amor...

RP: Eu era obcecado por uma garota durante 10 anos, e nunca conversamos uma palavra. Mas eu ainda tenho o diário que eu escrevi na época, porque se há um problema no amor, eu só o agarro e penso sobre a pessoa, se ela vale a pena tanto sofrimento como a antiga valia? Quando eu finalmente lhe disse na época o que eu sentia, seu queixo caiu e ela me disse que eu nunca tinha dito sequer uma boa palavra à ela.

R: Quantos anos você tinha?

RP: Quatorze.

R: E nada aconteceu?

RP: Não, porque ela pensou que eu era um idiota. Mas me tornei um ator por causa dela. Ela foi a razão pela qual me inscrevi para uma aula de teatro amador.

R: Você se tornou um símbolo sexual desde então, e não é fácil de encontrar sua alma gêmea agora, mesmo que você acredite nelas.

RP: Eu gostaria de acreditar, mas eu ficaria em apuros se a encontrasse tão cedo, porque eu não sou maduro o suficiente, então eu provavelmente iria estragar tudo. E outra coisa, ser um símbolo sexual, ninguém deveria me invejar, porque meninas de 14 anos de idade me admiram, é estranho para mim também. Se eu pensar sobre o fato de que 2 anos atrás eu nem conseguia um encontro, e agora todo mundo está obcecado por mim ... estranho.

R: Há um boato de que você conseguiu o papel em Crepúsculo acidentalmente, mas eu gostaria de ouvir os detalhes de você.

RP: Eu estava vivendo minha vida em Londres, e devo confessar que eu estava um pouco de saco cheio de atuar, então fui fazer música ao invés disso. Você pode dizer que eu amortizei a atuação na minha cabeça. Mas minha agente americana, que é uma mulher bacana, não me deixou sozinho, disse que não me via há um ano, e que eu deveria pegar um avião e aparecer aqui. Eu fiz isso, cheguei em Los Angeles, comecei a ir para testes, e foi assim que cheguei perto de Crepúsculo. O pensamento de que seria um sucesso tão grande nunca passou pela minha cabeça. Parecia muito pequeno.

R: Se você desistiu de atuar tão facilmente, então por que você se tornou um ator?

RP: Acidentalmente. Nunca esteve no meu sangue, eu não fui para as aulas de atuação da escola. Eu caí na atuação porque aquela menina por quem eu era obcecado estava lá e eles me deixaram estar ali no palco. Eles estavam ensaiando um musical e um dia eu pensei que seria ótimo ter o papel principal. Eu nunca tinha cantado antes para uma platéia, mas eu fui ao teste e, apesar de eu não conseguir o papel, eu estreei como dançarino cubano. Então o musical acabou e os bons atores foram embora, depois Thornton Wilder de Our Town foi escolhido como o próximo musical. E eu era o único cara alto que parecia certo para o papel. Depois da estréia, um agente veio até mim e me contratou. Esse agente é a razão pela qual eu tive um papel em Vanity Fair, com Reese Witherspoon, e depois eu consegui em Harry Potter. Enquanto eu estava fazendo esses, eu tinha passado da época de ir para a universidade e assim eu comecei a me chamar de ator.

R: Mas você ainda não se mudou para Hollywood, você ainda vive em Londres, porque eles te deixam em paz lá. Você ainda pode sair para tomar uma cerveja?

RP: Depende do lugar. Londres é uma cidade grande o suficiente com pubs suficientes onde eles não dão a mínima para quem eu sou. Você apenas tem que encontrá-los. Saí recentemente com os meus amigos e a garçonete me disse que eu parecia com o cara de Crepúsculo, me perguntou se eu não era seu irmão. Mas ela nunca pensou que eu iria a um pub descontraído como esse. Se alguém me reconhece na rua, eles costumam desviar o olhar, eles são muito tímidos para vir até mim. Menos fama teria sido suficiente para mim, mas isso é como é, e eu olho para os aspectos positivos. Crepúsculo abriu a porta para que eu faça filmes como Remember Me e Bel Ami. Eu estou constantemente trabalhando e o preço é a loucura que me rodeia em todos os lugares que eu vou. Mas todo ator quer estar na telona, e se conseguir os papéis que fazem seu coração bater mais rápido, então realmente vale a pena.

R: Será que a histeria em torno de você teve algum efeito sobre você?

RP: Londres é tão diferente da América. Eu posso viver uma vida normal e o reboliço em torno de mim parece um pesadelo lá. Às vezes eu acho que foi só um sonho e que eu deveria deixá-lo passar rapidamente. Eu só consigo ir de um filme para o outro, como se nada tivesse acontecido. Se eu não ligo pra isso, então ele simplesmente não existe.

R: Você disse que é melhor deixá-lo ir?

RP: Sim, é melhor esquecer que eu sou famoso e agir como um cego, eu confesso que ainda estou tentando descobrir o que fazer com essa popularidade rápida, porque estou com medo de que ela vá parar de me fazer melhorar. Não apenas como ator mas como pessoa também. Mas talvez eu esteja errado.

R:Eu posso ouvir os pontos de interrogação em sua voz. Ou eu estou errada?

RP:Você ouve a incerteza, que é diferente de perder o foco. Ser incerto é bom, porque você percebe que não é tão estável como pensou que era e você começa a tentar encontrar coisas para apoiar. Pelo menos é isso que eu percebi, como o meu próprio psicólogo. Aquelas pessoas que se sentam nos seus gabinetes tem tudo em suas vidas, apenas se esquecem de realmente viver. Eu voto sim para a vida e isso significa incerteza às vezes.

R:Por quê?

RP:Porque cada dia tem muito mais do que aquilo que percebemos. Nós não usamos nossas vidas emocionalmente o suficiente. Nós não vamos fundo o suficiente.

R:Tenho a impressão de que eles enviaram essa coisa da fama para o endereço errado.

RP:Fama é uma coisa mítica, um valor estranho. Você não precisa de qualificação, dinheiro, você pode ter nascido nela. Algumas pessoas pensam que se você é famoso, você tem tudo o que é importante na vida. Isso é compreensível, mesmo que eu não concorde, porque não há outra alternativa para sair. Minha geração não quer ouvir que a única maneira de ganhar dinheiro é trabalhando até aos 70 anos, se tiver sorte, você não trabalha por centavos, você pode ser um chefe antes da aposentadoria. Minha geração é gananciosa, as pessoas querem ser ricas e famosas aos 20 anos. Tudo e agora, essa é a chave.

P:Não é para você?

RP:Eu não sei. Gostaria de vê-lo de forma diferente se eu não fosse famoso. Eu nunca toquei nos tablóides antes, e agora ... O que eles escrevem sobre as pessoas, eles destroem totalmente o desempenho dos atores. Essa cultura da celebridade é totalmente nojenta. Quanto mais famoso você é, mais os tablóides escrevem sobre você, menos as pessoas querem saber sobre os seus filmes, porque o que eles vêem nos tablóides é mais interessante do que aquilo que vêem na tela. Atores que perdem a mística. Você pode espreitar em seus quartos, você pode analisar seus relacionamentos, você pode zombar de sua dor, então eles não estão interessados mais na tela se se suas vidas são livros abertos. Acho insuportável.

R:Existe esse boato sobre você de que você e Kristen Stewart estarão noivos em breve.

RP:Essa coisa de noivado é totalmente besteira, eu nem sei de onde vem. Kristen é minha amiga, eu realmente gosto de trabalhar com ela. Ela é mais madura do que sua idade, uma verdadeira profissional, eu não poderia desejar melhor parceira, porque ela faz cada movimento meu, cada frase, autêntica. Uma grande franquia como Crepúsculo é uma coisa assustadora, porque ela me colocou no mapa e eu vou tê-lo por toda a minha vida. Portanto, é importante se dar bem com seu parceiro, e Kristen é a parceira perfeita. Ela se entrega a franquia completamente, então eu devo fazê-lo também.

R:Mas você não respondeu à minha pergunta, o que significa ...

RP:Minha única arma para auto-defesa é não me preocupar com os rumores. Eu me concentro em meu trabalho e sobre os aspectos positivos da fama. Você não pode imaginar o quão grande isso é que eu nem preciso ir mais a testes. Eles são os piores. Especialmente quando você não consegue o trabalho no final. Agora eu tenho um monte de gente ao meu redor, olhando para mim, me perguntando se o roteiro está bom pra mim. As pessoas dizem

oi pra mim, sorriem pra mim na rua, vêm até mim para apertar minha mão. Muita gente me para só para me felicitar.

É aí quando eu percebo que existem tantas pessoas boas, legais e normais. E eles são a maioria.

R:Você ainda tem que andar com seguranças. Isso te incomoda?

RP:Eu só tenho seguranças quando eu estou filmando, ou quando tenho que ir para algum lugar. Enquanto

eles não sabem onde eu moro não há nenhum problema. Quando há uma multidão em volta de mim, é que me

incomoda. Porque quando eu estou gravando eu acordo às 5 da manhã e na hora que eu chego em casa eu não tenho energia para nada. Eu caio na cama. Eu realmente não sei o que é vida normal hoje em dia, mas posso te dizer qual é o hotel que tem o banheiro mais legal.

R:Parece que você não tem uma vida além de atuar.

RP:Há algo nisso. Tenho uma vida chata aqui e ali, leio roteiros, assisto a filmes. E espero o telefone tocar. Uma

vez que eu digo sim a algo, eu dou 100%. E a partir daí eu realmente não
tenho muita vida além do meu

trabalho, eu fico tão perdido em meus papéis atuais, que eu esqueço tudo fora disso. É assim que eu crio

personagens reais na tela.

R:Isso soou muito disciplinado, proveniente de um rebelde.

RP:Eu sei, as pessoas estão me comparando a James Dean, mas não acredite nisso. Eu nunca fui um rebelde. Eu não gosto quando as pessoas me dizem o que fazer, mas eu não sou rebelde só por causa disso.

R:Nem mesmo contra o rótulo de símbolo sexual?

RP:Quando alguém é um homem de poucas palavras, como eu, as pessoas facilmente pensam que ele é sexy, porque acham que ele tem um segredo.

R:E vocês / eles não tem um?

RP:Oh, nós / eles temos.

R:Talvez eles possam aceitar mais facilmente quando alguém parte seu coração. E não o contrário.

RP:Você pode facilmente partir o coração de alguém. Na maioria dos casos, as pessoas nem percebem que estão fazendo.

R:E se alguém faz isso com você?

RP:Você quer dizer como faço para sobreviver? Eu tento agir como se nada tivesse acontecido.

R:Você tem uma rotina nisso?

RP:Oh claro. Acontece quase todos os dias.

R:Então, finalmente, por favor deixe-me dizer adeus com uma mulher que tem uma voz de apertar o coração, e que não vai quebrar seu coração. Talvez você goste dela e a encontre em Budapeste. Eu trouxe o CD de Palya Bea.

RP:Obrigado. Se você não for até Pest até eu encontrá-la, eu falarei bem de você.

Nova York, fevereiro 2010.

Tradução: Deia Almeida e Josi Teixeira.