Primeiro de tudo gostaríamos de dizer que nosso história também faz parte de uma resistência e aqui não toleramos qualquer tipo de preconceito, insultos e muito menos energias ruins. Queremos passar para frente uma mensagem de que amor é o sentimento mais nobre que existe e ele pode ser compartilhado por todxs.
Não lembramos ao certo, mas chegamos em um acordo que foi no falecido Facebook que nos conhecemos, Lucas lembra muito mais pois a minha memória é simplesmente a pior que vcs possam imaginar. 300% esclerosado. Não tenho como discordar dele, mesmo não lembrado muito, pois de fato na maioria das vezes as pessoas se conhecem on-line, ainda mais na bolha LGBTQIA+. Então a probabilidade é grande.
O que temos certeza é que faz mais de 10 anos que tivemos nosso primeiro contato, isso mesmo, praticamente uma vida que já trocamos nosso primeiro “oi”.
Como já era de se esperar, pelo karma que eu tinha na época de jovem, o Lu não estava morando no Rio, ele é de uma cidade chamada Toledo que fica no Paraná, próximo de Foz do Iguaçu (e sim ele fala “daí” igual a Bozena de “Toma Lá Dá Cá” hahaha) enquanto eu estou a algumas porções de quilômetros distante, Zona norte do Rio de Janeiro, pra ser mais preciso um bairro chamado Irajá.
Mesmo com toda essa distância foi inevitável, nossas energias se conectaram de uma forma surreal, e trocamos longas conversas por muito tempo, na esperança de que um dia a gente se encontrasse por esse mundão.
O destino não foi muito feliz, ou foi pq eu creio que tudo acontece no tempo exato pra ser perfeito. Conhecemos pessoas nesse meio de caminho, namoramos pessoas distintas, mais de uma vez. Mas uma coisa nunca sumiu, nossa amizade, que veio perdurando durante anos.
Namoro vai, namoro vem, conversas sempre permaneciam, as vezes mais, as vezes menos, as vezes nada, mas nunca existiu o momento em que a conexão se quebrou. Se passaram os anos e nunca conseguíamos conciliar finais de relacionamentos, pouquíssimas vezes estávamos solteiros juntos.
É muito louco pensar como insistimos nisso durante todos esses anos. De fato essa conexão que temos é algo bem louco. É uma intimidade enorme, sem contar nas personalidades e gostos que batem em tudo. Músicas (exceto eletrônica que o Lucas ama), artistas, filmes, séries, comida, roles… tudo! A gente gosta de tudo igual. Até já rimos muito disso por sempre que um comenta que gosta de algo o outro responde “meu Deus eu amo também”.
Quando aconteceu finalmente o encontro? Vcs devem estar se perguntando. Esse ano. Isso mesmo, 2022, nosso ano. Na verdade a história RECOMEÇOU em 2021 quando voltamos a conversar de forma mais intensa e de lá pra cá não teve um dia que não conversamos. No dia 14/01/2022 o Lu pousou no Rio e vivemos dias que não vamos esquecer N U N C A ! Nesse mesmo dia o pedido de namoro chegou, junto de um anel com nossos nomes e nossa data escritos por dentro. Se teve momento mais lindo que esse eu desconheço. Estávamos em um jantar e ele todo cheio de vergonha recebeu o esperado “sim”.
Infelizmente ele precisa terminar a faculdade ainda e com isso a presença dele aqui no Rio não virou rotina. Seguimos assim por enquanto, cada um vivendo suas vidas separados mas dividindo a nossa vida juntos, até que os próximos capítulos dessa série de romances sejam escritos.
Não é novidade pra ninguém que essa música exala poesia pura e não podia ser outra pra incrementar esse post. Ela diz muito de nós e de todos que já foram atacados ou ainda sofrem pelo simples ato de querer amar e ser amado.
Baby, eu já cansei de me esconder
Entre olhares, sussurros com você
Somos dois homens e nada mais
Eles não vão vencer
Baby, nada há de ser em vão
Antes dessa noite acabar
Dance comigo a nossa canção
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