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30 de abril de 2020 às 06:13 Por que precisamos tomar cuidado com a tomada de decisões? Há muitos estudos recentes sobre como as pessoas fazem julgamentos e, consequentemente, como tomam decisões. Nossos julgamentos intuitivos, por sua vez, são baseados em dados, que, para todos os efeitos, são aqui definidos como a informação que recebemos dos nossos sentidos antes de interpretá-los. Essa interpretação de dados ocorre através de nossos conceitos, que são categorias que usamos para que o mundo faça sentido. Nossos olhos podem nos trazer uma imagem do mundo, enquanto nossas categorias nos dizem o que está na imagem (carro, árvore, cavalo, barco ou maçã). Implicado em cada julgamento há um conjunto de predições que podem ser testadas. Como um simples exemplo de tomada de decisão, eu acredito que o objeto à minha frente seja uma maçã. Eu baseio o meu julgamento em dados dos meus sentidos, que combinam com o meu conceito de “maçã”. As predições implicadas neste julgamento incluem: “Se eu tocá-la, ela parecerá sólida. Se eu mordê-la, ela será saborosa. Se eu valorizo a experiência de provar coisas saborosas, eu decido agir, comendo o que eu julgo ser uma maçã”. A tomada de decisão é complexa? Certamente a tomada de decisão pode se tornar muito mais complexas do que essa, mas são todas baseadas em algum tipo de dado interpretado pelos conceitos individuais (os conceitos são algumas vezes chamados modelos mentais ou paradigmas). Quando um indivíduo adquire novos conceitos, como o conceito de variação de causa comum/especial, os dados que são interpretados através destes novos conceitos levam a decisões diferentes das que poderiam ser feitas sem este novo conceito. Assim, colocamos nossas observações em conceitos (categorias) que implicam em certos resultados predizíveis e usamos este conhecimento para tomar decisões guiadas por nossos valores (este conceito de julgamento está baseado na teoria pragmática do conhecimento de C. I. Lewis (1929, 1949), o filósofo que influenciou fortemente a ambos, Walter Shewhart e W. E. Deming). Quais são os componentes que viciam a tomada de decisão?
Como funciona a memória reconstrutiva na tomada de decisão? A pergunta 1 do exame diz: A memória humana é como um computador, onde criamos e armazenamos arquivos, para referência futura? Ocasionalmente, quando não conseguimos localizar um “arquivo”, dizemos que esquecemos. Uma conclusão importante dos estudos da memória humana é que ela não se comporta como a memória de um computador, onde arquivos são criados e armazenados em locais específicos, para referências futuras. A resposta para a questão 1 do exame é “não”. Em vez disso, a memória é reconstruída no momento da “recordação”. Isso interfere na tomada de decisão. Os materiais desta “reconstrução” podem incluir memórias relacionadas, fatores relacionados ao contexto existente durante a recordação, conhecimento de resultados dos eventos e inferências para fornecer detalhes perdidos. As tendências do julgamento existentes durante a ocorrência do evento que estão sendo lembradas também serão fatores na reconstrução. Em um estudo feito por Loftus e Palmer (Plous 1993) para mostrar a natureza reconstrutiva da memória, foi mostrado aos participantes um trecho de um filme de um acidente de automóvel. Depois, a um grupo foi perguntado quão rápido os automóveis estavam quando colidiram. A outro grupo foi feita a mesma pergunta, com exceção de que a palavra colidiram foi substituída pela expressão “foram destruídos”. Como estimar a velocidade? A velocidade média estimada dos automóveis foi significativamente maior no grupo “foram destruídos”. Também, quando perguntado uma semana depois se eles tinham visto algum vidro quebrado, uma porcentagem significativamente maior do grupo “foram destruídos” do que do “colidiram” respondeu que sim. Não existia, em realidade, nenhum vidro quebrado no filme do acidente. Os pesquisadores atribuíram a diferença de estimativa entre os dois grupos à natureza reconstrutiva da memória, o que explica e prediz exatamente tal efeito. A formulação ou a “estrutura” da questão (“destruir” versus “colidir”) se tornou parte do material construtivo usado para reconstruir a memória. Como os vícios do “eu já sabia” afetam a tomada de decisão? Um vício com ampla implicação para as “organizações que aprendem” é a difusa e inibidora de aprendizado, tendência de percepções posteriores. Uma vez que sabemos que um resultado particular ocorreu, então nossa memória não se refere às incertezas do passado, mas ela é reconstruída em termos do que realmente aconteceu. Este efeito é chamado de tendências de percepções posteriores, ou, “Eu sabia tudo sobre o efeito”. Depois que a outra equipe havia marcado cinco corridas contra o lançador titular, então é óbvio que o técnico de beisebol deveria tê-lo substituído antes pelo lançador reserva. Inversamente, se este treinador tivesse trocado o lançador titular pelo reserva antes e a outra equipe tivesse marcado cinco corridas contra o lançador reserva, então é óbvio que ele deveria ter deixado o lançador titular em campo. Baruch Fischhoff, um pioneiro em pesquisa de tendências de percepções posteriores, resume deste modo (Hogarth 1987): Nas percepções posteriores as pessoas consistentemente exageram o que poderia ter sido antecipado como previsto. Elas não apenas tendem a ver que o que aconteceu teria sido inevitável, mas também a ver que aquilo pareceu “relativamente inevitável” antes de ter acontecido. As pessoas acreditam que outras poderiam estar aptas a antecipar os eventos muito melhor do que realmente foi o caso. Elas mesmo esquecem suas próprias percepções posteriores para poderem exagerar posteriormente o que elas sabiam de antemão. Para os resultados que os participantes já sabiam realmente o que havia ocorrido, as predições probabilísticas de percepções posteriores foram consideravelmente maiores que as predições. Inversamente, para os resultados que os participantes sabiam que não haviam ocorrido, a tendência foi para as predições de percepções posteriores menores que as predições previstas. Por isso que o PDSA é tão importante para nossa tomada de decisão correta em Projetos Lean Seis Sigma. Como reduzir a percepção posterior na tomada de decisão?
Como a armadilha da confirmação influencia na tomada de decisão? Outra bem documentada tendência de julgamento, particularmente importante para indivíduos e equipes que estudam processos e conduzem experiências, é a “armadilha da confirmação”. Esta é a tendência de quando estamos julgando, procurarmos por evidências que confirmem as crenças existentes, e não por evidências que desaconselhem estas crenças. Um importante estudo que mostra esses vícios foi realizado primeiramente por Wason em 1960 (Bazerman 1990). Wason apresentou a 29 participantes a seqüência dos três números 2-4-6. Aos participantes foi solicitado que decidissem a regra para a seqüência destes três números. Eles deveriam fazer isto através da geração de outras seqüências de três números, as quais o experimentador deveria classificar como conformes ou não com a regra. Os participantes foram avisados para pararem quando tivessem descoberto a regra. No experimento inicial de Wasons, somente 6 dos 29 participantes descobriram a regra correta, que era “qualquer três números ascendentes”, na primeira vez que pensaram que sabiam. Uma estratégia típica para os participantes julgarem incorretamente seria desenvolver a hipótese de “números aumentados de 2”. Eles deveriam então apresentar números com esta seqüência ao experimentador, que deveria responder dizendo, “sim, estes números estão conforme a regra”, o que deveria confirmar suas hipóteses. Depois de diversos ciclos de confirmação eles acreditaram que sabiam a regra. Eles falharam ao não considerar uma tentativa de seqüência simples, como “9-10-11”, que não confirmaria a crença na regra dos “números aumentados de 2”. Como reduzir os vícios da confirmação na tomada de decisão?
Cuidados com o “bom-senso” na tomada de decisão A heurística, ou “regras de bom senso”, usada intuitivamente durante o julgamento, pode trazer vícios em certas situações. |
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