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».. Glee-Ality #1 – Graduação

Esta é uma das muitas novidades da nova versão do GO!BR: Glee-ality! Uma coluna semanal, em que cada sexta-feira traremos um convidado (depois iremos abrir um espaço para os leitores!) diferente para falar o que der na cabeça deles relacionado à Glee (duh). O nome é copiado inspirado nos títulos geniais dos episódios do The Glee Project (saudades).

Enfim, a primeira convidada is our very own Duds Saldanha! Bow down to the Queen! E não esqueça de deixar seu comentário no final!

GRADUAÇÃO

Quando pensamos em Glee, muitas palavras cabem na definição.
Com certeza nenhuma delas é “sanidade”.

Ao longo de quatro temporadas, uma quantidade absurda de coisas aconteceu. Corações partidos, músicas estragadas (ah, vai, nem sempre todos os covers ficam bons!), histórias malucas (e plot twists!), choradeiras, risadas histéricas e episódios complicados.

No entanto, em algum ponto da minha vida eu deixei Glee para trás. Não me arrependo, não me envergonho, sei que fiz a coisa certa. Eu precisava preservar o resto da minha sanidade que restava, certo?

Errado.

À luz dos recentes acontecimentos, é inevitável lamentar a partida de uma pessoa que significou tanto pra mim durante tanto tempo – dentro de um todo, posso dizer que Cory foi responsável por algumas das minhas escolhas boas e até mesmo das ruins, responsável por me fazer amar I’ll Stand By You e descobrir porque essa música é tão importante para uma adolescente-minha-mãe.

Ter deixado de acompanhar Glee não fez a morte dele mais fácil de superar. Não me fez aceitar mais, não me fez sentir menos pena das pessoas que ele deixou para trás, não me fez pensar naquilo por cinco minutos e seguir em frente.

É incrível como fortes e tristes acontecimentos unem as mais diversas pessoas. No Tumblr, no Twitter… todos falavam disso, e na minha cabeça era como se uma parede que costumava ser uma das mais fortes, houvesse caído. No começo eu não entendi muito bem porque, mas agora, olhando para trás e pensando em tudo que eu já vivi com Glee, a razão é extremamente óbvia.

Assim como a maioria de vocês – não vou de forma alguma arriscar dizer “todos” –, eu construí toda uma vida em cima de algo que não me pertencia, algo que não era bem pra mim, mas que me trouxe uma quantidade absurda de amigos, de momentos bons, de risadas… algo palpável, algo que dá pra abraçar, algo pra chamar de “seu”. Perder uma daquelas peças do meu quebra-cabeça do passado foi como levar um soco no estômago, um chute nas bolas, um puxão de cabelo. Foi como se uma parte do meu passado quisesse ter parado de brincar comigo e decidisse ir embora pra sempre.

O que me traz de volta à raíz de todo esse texto melancólico, a verdadeira “moral da história”, o verdadeiro motivo pelo qual vocês estão lendo isso numa noite de sexta-feira quando poderiam estar esperando o Bon Jovi começar a tocar no Rock in Rio: não é errado se apegar a algo especial que te faz sentir especial.

Nunca deixe alguém te dizer que você não pode se apegar a uma série por ser apenas uma sequência cronológica de episódios gravados por uma equipe de profissionais que passa ocasionalmente na televisão e que você assiste quando não tem nada pra fazer.

Os momentos que passamos com as pessoas que têm o mesmo gosto que a gente são valiosos, preciosos. Perder alguém tão importante e que vai deixar um buraco tão grande (te chamei de gordo na cara dura, né, Cory?) nas nossas vidas me fez perceber que Glee não me deixou mais infantil, mais estúpida… me deixou sim mais cheia de amigos. E de músicas novas – o que é bem importante.

Não, eu não deixei Glee pra trás na minha vida, eu apenas saí do McKinley.
Eu me formei.