Perdido no tempo
Ouvindo seu silêncio que me mata por dentro
E olhando aquela nossa velha mesa de centro
Que rangia quando a luz abandonava a sala
Rainha do espaço
Coração de ferro e os nervos de aço
Eu aqui, descalço, tropeçando em cadarços
Procurando as portas do meu labirinto
E a gente já viu tanto
Bochechas rosadas e aos prantos
Garrafas de whisky na praia, constelações
Na noite gelada, pela brisa do mar
Palavras cruzadas, capital do Qatar
Só mais quatro letras e é difícil lembrar
Que a tinta da sua pele já apagou meu nome
Fugindo aos berros
Sem fazer barulho desse meu cemitério
De amor e orgulho, confissão, caso sério
Gritos e sussuros pela noite afora
E a gente viu de tudo
Da roupa rasgada ao veludo
Bonecos de cera, fantasmas, recordações
"Efeito borboleta", "Poderoso chefão"
Ciganas nas ruas lendo na sua mão
Que o futuro é longo e que nada é em vão
Revirando as cartas pra encontrar respostas.