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• Entrevista com o Cesar no Terra •

Blog do Boleiro – Você ainda escreve no papel o tempo que vai fazer na prova seguinte?

César Cielo – Opa, ele está lá em casa, grudado na parede.



Na parede?

Na verdade é no teto do meu quarto lá na casa dos meus pais, em Santa Bárbara D'Oeste. Coloquei bem em cima da cama. Assim acordo e vejo o tempo que quero fazer.



Você quer quebrar o recorde mundial dos 50 metros livre, que é do australiano Eamon Sullivan (21s28)?

Quero. E já cheguei perto na Olimpíada de Pequim. Fiz os 50 em 21s30 (atual recorde sul-mericano e brasileiro).



O tempo lá no teto é 21s25 ou algo assim?

Não. É mais baixo.



Abaixo de 21 segundos?

(...César faz silêncio e depois dá uma risada...)



Mas é rápido.

Muito rápido. Bom, na verdade, é muito, muito rápido.



Que adjetivo você daria para o tempo que você quer fazer?

Assustador.



E você vai conseguir?

Vou, claro que vou!



Esse diálogo aconteceu, com duas interrupções, na tarde desta quinta-feira ao lado da piscina do Esporte Clube Pinheiros, às 16h00. O medalhista de ouro dos 50m, nado livre, tinha acabado de dar a terceira entrevista do dia e ia começar o treino.



César Cielo quer quebrar o recorde até a metade do ano que vem, quando vai disputar o Mundial de Roma. Até lá, desenhou sua preparação em duas fases, uma brasileira e outra americana.



Ele fica em São Paulo até o final do ano. Atualmente, divide um apartamento com outro velocista, Guilherme Guido, com quem sai para comer comida japonesa duas vezes por semana e açaí em outras duas ocasiões. Cielo passa os finais de semana com a família.



O técnico neste período será Alberto Silva, que o trouxe de Santa Bárbara d’Oeste para São Paulo no início da carreira. Albertinho é o treinador do Pinheiros e da equipe brasileira de natação. Ele estána alemanha para uma etapa da Copa do Mundo.



Até dezembro, Cielo entra na água para disputar medalhas no Campeonato Paulista e no Open de Florianópolis. No meio desta competição, ele viaja para Fortaleza participar de um desafio organizado pelo ex-nadador Gustavo Borges. “Eu até gostaria de participar o desafio todo porque vão vir uns caras de fora, muito bons. Era legal medir como estou”, disse.



Em janeiro, retorna à rotina de treino na Universidade de Auburn, Alabama, sob o comando do técnico australiano Brett Hawke. E até julho, quando será realizado o Mundial na capital italiana, ele participa de torneios nos Estados Unidos e do Troféu Maria Lenk, no Brasil.



PHELPS DA ARENA



Um dos motivos para o otimismo de Cielo em bater o recorde mundial é a negociação que vem mantendo com a Arena, fabricante italiana de material de competição.



A marca tenta se reposicionar no mercado mundial depois da avalanche LZR, maiô da Speedo que se tornou o objeto do desejo dos nadadores em 2008. Atletas patrocinados pelos italianos, disputaram as provas em Pequim com o traje que dava maior flutuação e velocidade.



Os agentes de Cielo no Estados Unidos, que cuidam do fornecimento de material, informaram que a oferta da Arena é quatro vezes maior do que a Speedo paga para outros atletas medalhistas olímpicos. Além disso, tem acenado com uma parceria no desenvolvimento de produtos.



Mais: a empresa promete investir pesado no brasileiro. “Eles querem fazer de mim um Michael Phelps da Arena”, disse referindo-se ao norte-americano ganhador de oito medalhas da Olimpíada de Pequim.



Cielo está aprendendo a lidar com os negócios que a medalha de ouro olímpica proporciona. Sua mãe, Flávia, cuida dos contratos publicitários. A assessoria de imprensa ficou a cargo de uma empresa de São Paulo. Entrevistas, por enquanto, somente nas quintas-feiras, único dia da semana em que o nadador treina apenas de tarde.



César e família estabeleceram uma regra de ouro para os próximos anos: ele não fará nada que atrapalhe os treinos nos próximos quatro anos. No final de 2008, o contrato com a Samsung vai expirar. Para assinar novo compromisso, Cielo deve estabelecer um número fixo de atividades como contratado.



Até aqui, Cielo já foi garoto-propaganda de um edifício em construção em São Bernardo do Campo (SP). No filme publicitário, ele aparece nadando na piscina do empreendimento. Quando dá entrevistas, evita nadar para as câmeras.



O “menino de ouro” de Santa Bárbara D’Oeste também foi contratado para o lançamento de um novo modelo da Mercedes Benz. Faturou um cachê, pediu um veículo de presente e não ganhou: “Bem que eu queria”, admite.



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