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‹• Tina Fey fala de sua nova série •›

LOS ANGELES - Tal qual o título de sua nova série, Tina Fey parece ser dura na queda. Escritora, produtora e atriz de sucesso, a americana de 44 anos terminava a aclamada “30 Rock”, em 2013, já visando a um novo projeto, que viria se tornar “Unbreakable Kimmy Schmidt” (algo como indestrutível Kimmy Schmidt), com apoio total da NBC, uma das maiores redes televisivas do mundo. Após alguns contratempos e acordos, a comédia encontrou sua casa no Netflix e estreia nesta sexta-feira com a premissa: leve a vida dez segundos de cada vez.

— Tentei pensar do ponto de vista da personagem, que mecanismos ela criaria para sobreviver. E aí veio essa ideia: na vida a gente precisa dar um tempo, tomar um fôlego, passar pelo problema e começar de novo — explica Tina, numa apresentação da série, em janeiro.

Na sinopse, depois de viver num culto apocalíptico por 15 anos, Kimmy, interpretada por Ellie Kemper, decide recomeçar a vida em Nova York. Armada com uma mochila, tênis e alguns livros, ela volta para uma civilização que achava que nem existia mais, encontra um emprego como babá de uma socialite sem noção (Jane Krakowski) e um quarto no apartamento de um cantor (Titus Burgess). Não estranhe se em alguns momentos o humor lembrar o de “30 Rock”.

— Nós escrevemos tentando puxar nosso lado mais esquisito. Mas existe um jeito como escrevemos e um jeito como desejamos tocar em certos assuntos pela comédia. Se o público comparar com ‘30 Rock’ nós estaremos contentes — explica Robert Carlock, coautor da série e colaborador constante de Tina.

Fãs de Ellie Kemper, que atuava em “The office”, como a ingênua secretária Erin Hannon, os autores escreveram a personagem pensando nela.

— Existe uma combinação de força e franqueza que ela projeta, que achamos rara na TV. Pensamos: como fazer uma nova versão da história da menina que vai conquistar a cidade grande? Acho que encontramos um jeito novo — lembra Carlock.

Apesar do isolamento vivido no tempo que morava na seita, Kimmy mostra-se uma mocinha contemporânea. Seu objetivo, ela diz numa das cenas, é pagar o aluguel e beijar um garoto. E ai de quem ficar em seu caminho!

— Uma das minhas partes favoritas é que Kimmy é fisicamente agressiva e forte. Ela de repente dá um soco na cara de alguém ou grita! É muito divertido — diz Ellie, que é só elogios para a chefe: — Tina é doce, sincera, pé no chão. Uma pessoa maravilhosa!

Sem problemas em ficar nos bastidores nesta empreitada, Tina faz graça da rotina das atrizes:

— É muito bom escrever piadas para outros autores. O lado bom de atuar é basicamente ter cabelo e maquiagem feitos e gente te dando roupas. Enquanto eu conseguir ter um pouquinho dos dois, é recompensador estar atrás das câmeras.

A série vem com o selo “conteúdo original Netflix”, a mesma de seriados de sucesso como “Orange is the new Black” e “House of cards”. E é uma das grandes apostas da plataforma de vídeo sob demanda para 2015.

— Nossa ideia é criar 20 conteúdos originais por ano, divididos entre novas séries e novas temporadas. Para 2015, estamos muito animados com “Kimmy”. É hilário! Um novo “30 Rock” — conta Ted Sarandos, chefe de conteúdo do Netflix.

“Kimmy” seria exibido pelo canal aberto NBC, onde Tina é prata da casa, mas não havia outras comédias para acompanhar a série numa noite, já que é comum na TV americana agrupar as atrações por humor ou drama. O comando do canal procurou, então, uma alternativa para a atração que é produzida pela Universal Television, uma afiliada da NBC.

— Tudo aconteceu em questão de dias. Como o show é feito pela NBC, é do interesse do canal encontrar o melhor lugar para exibi-lo. Foi melhor do que enfiá-lo no meio de uma programação mista — explica Tina.

E a nova plataforma se mostrou promissora.

— O acordo com a Netflix aconteceu quando já estávamos terminando de gravar os 13 episódios. Já havíamos editado os seis primeiros e reeditamos tudo. Algumas piadas que cortamos por causa do tempo foram inseridas e a história flui melhor. A primeira coisa que fizemos foi tirar os comerciais, foi maravilhoso! E também a classificação etária! – Foi libertador e novo para a gente — diz Tina, que não renega a TV tradicional e afirma que, no futuro, adoraria voltar a um canal aberto.

ATORES DE '30 ROCK' NO ELENCO

A história conta com outros dois velhos conhecidos de “30 Rock” como cartas na manga. Titus Burgess é o melhor amigo gay da protagonista.

— Antes de ‘30 Rock’ eu tinha feito apenas shows na Broadway. Sou cria do teatro. Eu fiz uma participação na série com uma fala e algumas semanas depois meu agente me contou que esse pessoal (olhando para Tina e Carlock) tinha escrito um episódio inteiro de “30 rock” baseado em D’Fwan. E daí as coisas se desenrolaram. Esses dois são muito estranhos e eu os amo — brinca o ator.

Numa das cenas, feita sem ensaios, ele canta em plena Times Square, em Nova York, vestido de Homem de Ferro.

— Ele é um cantor profissional. A cena é surreal. Ninguém deu a mínima para um cara cantando na Times Square — recorda Tina.

A outra cara conhecida é Jane Krakowski, a loura má Jenna do extinto seriado.

— O público vai comparar Jacqueline com Jenna. Muitas piadas tem um tom parecido, mas estamos tomando cuidado para diferenciar as duas — avisa Jane.

— A grande diferença é que Jacqueline no fundo é uma boa pessoa. Jenna não era, ela era um monstro! — completa Tina.

Planos para o futuro da série? Tina mostra que não perde mesmo uma piada:

— A segunda temporada vai ser basicamente cenas de sexo no chuveiro (risos).