rolfmuller

16 de setembro de 2018 às 05:49 3 views

Foto: Bariloche



Bariloche Setembro 2018 – parte 3

 

Não é de hoje que eu tenho observado que o contato intenso com a natureza parece impedir dores musculares mais intensas. O sono profundo restaura minhas forças. Acredito que poucas atividades sejam tão saudáveis quanto o trekking. Claro que a perna está cansada, mas não é aquela dor muscular mais intensa. O dia amanhece lindo e a gente vai fazer o “circuito chico”, que tem vários pontos de vistas panorâmicas. Como tem florestas e lagos aqui, Bariloche é muito mais do que somente uma estação de esqui. Hoje o vento está bastante intenso e eu me arrependo de não ter colocado o pullover na mochila. Erro de principiante, nunca devem faltam layers no frio, principalmente no final do dia quando faço fotos do pôr do sol, com um vento intenso, eu sinto falta dele.

 

Ontem e essa manhã o Thomas teve mais uma briga e ele me conta que ela saiu de casa, mas que ele está tranquilo e que as conversas ajudaram muito para ver como a relação estava tóxica. Muitas brigas, ciúmes e discussões e que de certa forma ele se sente aliviado com a saída dela. Ele é muito engraçado, mas muito ansioso. Eu lhe conto a história dos dois touros que estavam caminhando junto, subindo montanhas, descendo vales e nada de ver vaca. Durante semanas isso. Aí de repente sobem uma montanha e vê uma porrada de vaca no vale. O touro jovem grita: “Olha quanta vaca, vamos correndo até lá em baixo e comer uma vaquinha?!” O touro velho olha para ele e diz: “Não, não. Vamos caminhar devagarinho até lá e comer todas!”

Eu lhe digo que ele tem agido muito assim, gasta toda energia na corrida e depois não faz bem feito aquilo que deveria ser o essencial.

Ah, e se alguém quiser vir me rotular como machista por ter contado essa história, tranquilo, sabe o que vou pensar (não te falar, somente pensar)? Você acha isso, é mesmo? Tranquilo. Foda-se. Caguei para o teu rótulo…rs
Tenho agido muito assim ultimamente, adotei a teoria do foda-se. As vezes quando quero responder, eu respondo: “Rótulos não vão me definir!” (obrigado pela tentativa, mas ela malogrou!)

 

De manhã o tempo está maravilhoso pela manhã, tirando o vento, mas de tarde começa a nublar. Em torno de umas 14 horas o céu está totalmente nublado, mas somente no meio, perto das montanhas o céu está azul. Hoje vamos fazer umas caminhadas mais lights, nada de muita subida, porque a perna ainda está bem cansada, já que o tempo não está muito para fotos… Depois de umas 3 horas de caminhada, decidemos ir fazer um happy hour na cervejaria Patagônia e depois ir até um mirante para fotografar o pôr do sol. O vento está bem gelado e eu me arrependo de não ter levado um layer. Mas tudo pela arte, vamos passar um pouco de frio, porque tem umas nuvens interessantes…

 

Depois do pôr do sol o Thomas me deixa no Assador para comer: lógico! Cordeiro. Essa semana eu vou deitar e rolar, porque não existe cordeiro como aqui. Na volta eu pego um taxi até o hotel.

 

No dia seguinte a gente marca as 9:30; hoje vamos conhecer o lago Guiterrez e fazer umas caminhadas por lá. Primeiro a gente vai atá a cascada dos duendes, depois até o mirador e finalmente até uma outra praia, um total de uns 12 quilômetros de caminhada. A floresta é simplesmente linda. Como faz bem se conectar com a natureza e abastecer as baterias. Eu curto muito essas caminhadas, elas cansam, mas a parte mental é incomparável…

 

A princípio eu vou fotografar o pôr do sol num mirante perto da cidade, mas não tem nuvens no céu. A gente toma uma cerveja artesanal e vê o que vai acontecer no céu. Não perco mais meu tempo quando o pôr do sol está “cru”, ou seja, sem nuvens, porque falta dramaticidade no céu. Prefiro tomar mais uma cerveja artesanal e depois ir conhecer um outro assador. Estou aqui para relaxar também, o que der para fazer de fotos, beleza, mas não vou estressar por isso, tempo de cuidar de mim também, caso contrário não relaxo nunca. O Thomas tem que sair mais cedo para fazer uns pagamentos e a gente combina para a manhã seguinte.