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9 de junho de 2018 às 20:58 4 views



Torres del Paine – parte 11

Essa noite acordei com calor, acho que exagerei na lenha, porque não queria acordar com o quarto frio, já que sair da cama as 6:30 para arrumar tudo no frio será um suplício. Pelo menos o quarto está quentinho quando toca o despertador. Em 15 minutos vou no banheiro, boto a roupa e arrumo tudo que levo. O Patrick já está preparando o café. Umas 7:20 a gente sai daqui. O caminho ainda tem neve e gelo em algumas partes e eu preciso ir mais devagar do que normalmente, principalmente porque está escuro ainda. Esse carro não é ideal para esse tempo, até porque em algumas subidas ele fica patinando, não posso nem acelerar demais e nem demenos, caso contrário ele não sobe.
Já são quase 9 horas quando começamos a subir. A hora mais gelada do dia. Para quem nunca foi no frio ou nas montanhas, a hora mais gelada é a hora antes do sol nascer. Pelo menos não tem vento. Mas caminhando a gente aquece rapidamente, principalmente eu. Logo já tiro um dos 3 layers; a pior coisa é quando está tudo suado, inclusive o casaco, depois lá em cima ou na descida fica geladissimo por conta do suor que não secou direito.

Ainda não sabemos se vamos poder chegar, porque a última parte tem pedras e gelo. Não entendi muito bem como seria isso, mas eu confio na experiência do Patrick que já trabalhou como guia. Nos piores dos casos, pelo menos tentamos de terminar esses dias aqui em grande estilo, já que essa seria uma das pernas do famoso circuito W, que está fechado esse época do ano.
Além da gente tem um grupo que chegou depois, e que em alguma hora nos ultrapassou, mas na hora do descanso deles a gente passa por eles de novo. O Patrick e o guia deles conversam, o grupo de ontem não conseguiu subir, o gelo não deixou e a agência os equipou com grampões, aqueles ferros que coloca nos sapatos e que se usa nos glaciais.

Mas o Patrick está otimista, acho que vamos conseguir. Quando chegamos a última parte, eu começo a entender. Debaixo da neve a montanha é puro gelo. Tem uma capa de alguns centimetros. Isso se forma pela neblina e pela chuva que caiu antes. Impressionante mesmo, tipo uma capa por cima de toda montanha. Em algumas parte precisamos tomar muito cuidado, porque o gelo aparece debaixo da neve. Mas aos poucos vamos avançando, a gente não tem grampão, mas ainda assim vamos conseguir chegar. Eu improvisei dois bastões de galhos que ajudam muito e ao longo do dia me evitaram umas 4 quedas. O Patrick não está com sapatos ideais também e chega a cair 3 vezes, mas sem maiores consequências…
Em torno de 13:30 a gente chega, que visual!
Como o topo da montanha é apenas a metade do caminho, começamos a descer em torno de umas 14:30. A gente deixou o grupo partir, para termos as Torres para a gente com exclusividade, assim da para fazer fotos melhores. Terminei Torres del Paine em grande estilo. No total caminhamos 18 km quando chegamos de volta no carro, exatamente as 18 horas. No total umas 8:30 horas de caminhada. Patrick se oferece para dirigir de volta, mas eu tenho que dirigir por conta do seguro. Vai que acontece uma merda, eu não registrei outro motorista. Estou cansado, mas estou bem para dirigir.

No meio do caminho o Patrick liga para o Santi que ficou de voltar com a sua esposa, os 2 filhos e uma tia. Era para ter chegado as 12 horas. Mas nada feito, eles ainda estão saindo de Puerto Nateles. Putz, o que significa que vamos encontrar a casa gelada, meu quarto gelado e nenhuma comida pronta. Aff…
No meu quarto não tem água, vamos ver se vai ter na casa principal, porque sem banho hoje seria nada legal. Principalmente pelo frio, porque quando chega cansado o corpo para se ressentir bem mais. Eu acendo a lareira no meu quarto enquanto o Patrick esquenta a casa principal e tenta arrumar as coisas para pelo menos termos um banho quente. Meu pé está geladissimo e eu troco a roupa e me enrosco na minha cama, estou morrendo de frio.
Logo depois o Patrick me avisa que tem água quente na casa principal. Nem acredito. O banho renova tudo, mas quando saio do chuveiro, meu corpo deixa sair aquela fumaçinha de calor enquanto não coloco a roupa. Mas me sinto revigorado e o frio passa. Agora só falta tomar aquele vinho e a janta, pois estou morto de fome! O último dia foi um dos highlights, as bases realmente são maravilhosas! Umas 21:30 chega o Santi com a família, para quem iria chegar meio dia, ele somente está um pouquinho atrasado…rs

Após a janta, um bate papo agradável e depois o merecido descanso, afinal caminhar 18 Km é bastante coisa e o corpo pede descanso, já que a amanhã tenho que dirigir 300 km até Punta Arenas…



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