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11 de janeiro de 2018 às 04:07 8 views

Foto: Rift Valley, Uganda



Diário de viagem – Kili-Serengueti-Uganda – parte 25 (final)

 

 

Eu tenho acordado todos os dias cedo, hoje também não é diferente, umas 6:15 já estou acordado e aproveito para continuar escrevendo o diário que está super-atrasado. Na verdade nunca consegui colocá-lo em dia, cada dia vivido eu gasto uns 30 minutos, e depois do Kili estava 7 dias atrasado. Aqui o dia amanhece super tarde, o sol aparece umas 7:15 somente. Alias um ponto que decepcionou aqui foi o céu. Mesmo com sol parece meio nublado, estranho. Mas de respente foi a época do ano. A cidade de Kampala não é muito diferente das outras cidades africanos que conheci. Claro que com execeção das cidades da Africa do sul que são mais modernos, mas tanto Nairobi, Adis Abeba, Arusha, é tudo meio parecido, ou seja, uma zona total. Mas o que chama atenção em Kampala é a “rodoviária”, se é que pode chamar isso assim. Imagina uma praça tipo aquela em frente do teatro municipal do Rio, só que 2-3 vezes maior, cheio de vans. Quando falo cheio, é cheio mesmo. E olha que hoje é domingo. O James me diz que somente para sair de lá (sentado na van já) você leva 30-60 minutos, fora os arredores igualmente caóticos. Eu nunca vi algo parecido. Tem que ser muito africano para conseguir pegar uma van ali e chegar no destino que deseja…rs

 

Eu convido o James para almoçar e ele me da uma camisa da MJ safari, a sua companhia; isso que é marketing, ele realmente tem um faro para negócios. Eu pergunto para ele quando ele tem o próximo tour e ele me diz que não sabe quando, porque ele tem os guias que trabalham para ele e somente faz o tour pessoalmente com “pessoas especiais”. Eu estou curioso; e porque esse foi o meu caso? Ele me diz que viu as fotos e sentiu necessidade de uma atenção especial, que um guia “terceirizado” não seria capaz de oferecer. Ele me diz que está renovando a sua página e ficaria contente de poder contar com algumas fotos. Claro que vou fazer isso com prazer, porque deu para perceber a sua dedicação e se houvesse a possibilidade de me dar um tratamento especial na excursão dos chimps, ele certamente o teria feito também.

 

No caminho de volta ainda quebramos um recorde: 5 pessoas numa única moto! Ver 3 ou até 4 é possível de ver, mas 5, essa foi inédita! Falando em T.I.A, ele me conta uma história engraçada. Ele havia 3 turistas italianas, tudo engarrafado e eles somente tinham 30 minutos para chegar no aeroporto, certamente perderiam o vôo: “Tem que pensar rápido nessas horas”.  Hmm, o que será que vem aí?...rs
Pior ainda. Tinha um carro da polícia na rua parado, tipo aqueles carros da PM sabe? Ele contou a situação para os policiais e perguntou quanto que eles cobrariam para fazer uma escolta. 100 mil Schillings, cerca de 30 dólares. Dito e feito. Em 15 minutos as turistas estavam no aeroporto, quase gozando com essa revira-volta inesperada e ainda tem brasileiro que se orgulha do jeitinho brasileiro? Quero ver fazer isso como guia turistico, caso contrário vai tirar sempre a medalha de prata!...rs

 

Bom, eu não preciso de escolta, a gente está almoçando bem perto do aeroporto, de frente para a base da UN. Cara, eu não engulo essa. Acho uma afronta total, até porque eu já em vários lugares que a UN não cumpre o papel humanitário que deveria cumprir, pelo contrário, mas vamos deixar isso para lá.

 

O aeroporto de Entebbe tem algo curioso: você tem que descer do carro e passar por um detector de metal. Será que isso faz algum sentido? Acho que não porque se eu estivesse mau intencionado eu esconderia a arma no carro, cuja revista é muito superficial. Depois o checkin e um vôo de 4 horas para a Jo-burg onde vou passar a noite. Temos 40 minutos de atraso, mas isso não faz a menor diferença para mim, porque o hotel é no aeroporto mesmo, eu posso ir andando e no dia seguinte o embarque é as 11:10, ou seja, tenho tempo de sobra. Faz tempo que não pego tantas turbulências quanto nesse vôo, mas elas duram somente umas 15 minutos. Em compensação o pouso em Jo-burg é lindo, chegamos justamente na hora do pôr do sol.

 

Uma noite de sono agradável e um despertar nem tanto. Eu ligo a TV para checar o vôo: Chegada do vôo vindo de São Paulo que era previsto as 8:45 atrasado. Previsão de chegada: 12:37. Ah não, será que fui premiado pela segunda vez seguida, após o cancelamento do vôo da Gol voltando da Bolivia, agora foi a vez da Latam? Eu tomo meu café da manhã e na volta para o quarto eu percebo que o estômago ainda não está 100%. Putz. Só faltava essa.

 

Eu pego o Shuttle para o aeroporto e a situação ainda piorou: previsão de chegada: 13:30, saída ao invés das 11:00 somente as 16:30. A mulher no guichê me diz que a chegada está prevista para as 2:20 da manhã ao invés das 17:55. Aff. Eles dizem que dão um voucher no Diners restaurante, mas não entregaram nenhum bilhete, nada. Eu vou até lá e pergunto. O cara me diz que não sabe de nada ainda, mas que geralmente dão direito a um consumo de 150 Rand, cerca de 10 dólares, que não da para nada. Cara, sinceramente? Foda-se a Latam com seu lanchinho. Eu vou é procurar uma lounge VIP paga.  Essa é a parte muito boa desse aeroporto, eu pago 32 US$ de ingresso, tenho direito a internet, comida, bebida, se tiver que ir ao banheiro a bagagem está segura e ainda tem uma poltrona do estilo primeira classe. Depois na volta do Brasil, eu vou resolver com minha “personal-advogada” para entrar com mais um processo contra a Latam, já juntando a nota.

 

Eu mudei nesse aspecto, não estou mais afim de deixar tudo para lá. Se eu tenho direitos, vou fazer valer. As companhias aereas nunca me deram nada de graça, pelo contrário, cada vez mais te cobram coisas por fora. Se eu forneço um pessimo trabalho para algum cliente, vou ser cobrado também, então não estou mais disposto a dar “presentinhos” para as grandes corporações.

 

Após a espera eu pelo menos ganho um brinde: um vôo de primeira classe de pobre. Como é isso? Eu estou no corredor do meio, do meu lado tem um casal, o cara é muito alto e tem as pernas compridas. Acho que por conta disso eles decidem trocar de lugar para sentar na primeira fila que estava vaga, ali o cara pode esticar as pernas. Então eu posso ir deitado em 3 cadeiras: essa é a primeira classe de pobre…rs

 

No avião tenho uma surpresa agradável: a africana que fez o checkin achou que em São Paulo tem o mesmo fuso horário da África do Sul, então na verdade e minha chegada é as 22:20. Menos mal porque meu embarque para o Rio é as 6:55. Acho que o pouso foi no último lugar possível, pois o trajeto do onibus demora uma eternidade. Atrás de mim tem uma mulher com uma energia tão negativa que estou doido para sair de perto dela. Primeiro ela reclama da Latam com seu marido que e diz que nunca mais, etc. Está chovendo em São Paulo e não está muito quente, mas ela fica vociferando que o motorista não ligou o ar. Depois o chama de animal pelo fato do trajeto até o Gate estar demorando: “Ele dever ter errado o caminho, esse animal”.

 

Tem pessoas que me deixam felizes. Ela é uma delas. Feliz por não ter que mais mais que 10 minutos na sua presença. Imagina se for casado com uma porra dessa? Claro que podem alegar que ela estava cansada, estressada, etc. Mas todos nós estamos, nem por isso precisa ficar contaminando mais ainda do ambiente. Aprendi algo na vida: o bom humor ajuda muito em todas as situações. No último atraso da Bolivia, fiz dois amigos na fila com quais mantenho contato, porque a gente bateu um papo muito interessante. A reação dessa mulher transforma transtorno em sofrimento desnecessário e ainda faz um mal tremendo à saúde.

 

Mais uma noite no hotel em São Paulo e no dia seguinte um vôo tranquilo. O trânsito no Rio está uma maravilha e rapidamente eu chego em casa. Nem o final conturbado conseguiu tirar o brilho dessa viagem.
Asante Sana Mungu! Muito obrigado Deus!

 

… fim

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