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25 de maio de 2017 às 07:37 3 views

Foto: Ilhas Faroe (Dinamarca)



Liberte-se da obrigação de coerência

 

É impressionante como não enxergamos a nossa própria incoerência. Outro dia vi um discurso sobre o comportamento alheio, e logo abaixo nos comentários, o autor fez exatamente aquilo que criticou nos outros. Em geral avalia os outros apenas pelas suas ações e a si próprio pelas intenções. Claro que isso vai dar um saldo positivo ao teu favor, o que dá a falsa impressão que você está acima dos outros. Mas se avaliarmos friamente, somos todos farinha do mesmo saco! Importante portanto conscientizar de uma coisa: quando fala sobre o valor do outro, na verdade fala sobre o teu próprio! Ao diminuir o outro através de rótulos ou ataques pessoais, você de fato não cresceu por conta disso, pelo contrário, apenas se ilude a respeito.

 

A mãe de todos os complexos de inferioridade se chama comparação. Você é você com todos os defeitos e qualidades. Qual é o sentido de se comparar com outras pessoas? Na realidade elas não são melhores e nem piores, apenas diferentes. Frequentemente se ouve a fala: “Pelo menos eu não faço mais isso!” Quem te concedeu o poder para decidir que teu erro ou defeito é menos pior? Somente porque acha - na tua avaliação subjetiva - que o teu erro seja menos grave, você se acha no direito de julgar ou rotular o outro? E pior, as vezes nem se trata de erros, o único “crime” que o outro comete, é pensar de outra maneira ou ter uma opinião diferente!

 

Quem está seguro de si, não precisa diminuir ninguém. Se você estiver realmente bem consigo mesmo, você se contenta em ser você; duas necessidades começam a desaparecer:

1) Você não se coloca mais na dependência da aprovação alheia. Tampouco quer saber como a maioria pensa. Você faz uso do direito adquirido por nascência: pensar pela própria cabeça!

2) Você não se compara mais. Você quer ser apenas você, com todos os teus defeitos e todas as qualidades. A única coisa que quer ser, é a melhor versão de si mesmo. Você sabe que não nunca será perfeito, mas isso não te impede de buscar a tua excelência, ou seja, você quer se aperfeiçoar, ainda que sabe que sempre faltará algo.

 

Quando finalmente consegue assumir para si mesmo, que é antagônico por natureza (uma pessoa “boa” faz coisas “más” e vice-versa), que não é perfeito e nem coerente, você estará livre para viver tua humanidade na sua plenitude.

 

Depois de morrer, ninguém vai te perguntar se você foi melhor ou pior do fulano, nem se foi coerente ou perfeito: O que fez? O que aprendeu? Como tratou os outros? Você aprimorou teus valores morais? Você gostou da tua vida? Você soube amar? Você se divertiu, fez os outros rir ou pensar?

 

Uma vez perguntaram a um filosófo o que seria a Utopia. Ele repondeu brilhantemente: “Imagina-se num barco no meio do mar. Ainda que você navegue constantemente, o horizonte não se aproxima. Isso é Utopia.” O interloucutor persistiu: “Pra quê ela existe então?” A resposta brilhante: “PARA TE MANTER EM MOVIMENTO!”

 

Ainda que sabe que jamais chegará no horizonte, isso não deve ser motivo de desânimo. O destino é o que menos importa, iça as tuas velas e navegue, desfruta o caminho, ele é a própria felicidade! Torne-se o mais autêntico possível, mas não se cobre coerência. Você tem o direito de mudar de opinião ou de gosto e nem por isso vai perder a tua cara. Aceite as mudanças, inclusive ou principalmente as próprias, elas fazem parte da vida.

 

A obrigação da coerência é feito um peso amarrado nos teus pés, ela tira o prazer de caminhar! Sem ele vai chegar bem mais longe!





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