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O estilo vocal de Carey, bem como sua capacidade de cantar, impactaram significativamente a música popular e contemporânea. Ela é constantemente citada como uma das maiores e mais influentes vocalistas de todos os tempos. Como escreveu o crítico de música G. Brown, do The Denver Post, "para melhor ou para pior, o alcance de cinco oitavas e o estilo melismático de Mariah Carey influenciaram uma geração de cantores pop". De acordo com a Rolling Stone, "Seu domínio melismático e suas cordas vocais vibratórias de notas altas que decoram músicas como 'Vision of Love', inspirou toda escola vocal do American Idol e praticamente todos os outros cantores de R&B desde os anos noventa. Jody Rosen do Slate, escreveu sobre a influência da cantora na música moderna, chamando-a de "estilista vocal mais influente das últimas duas décadas, a pessoa que solidificou o canto rococó melismático". Rosen exemplificou ainda mais a influência de Carey traçando um paralelo com o American Idol, que, para ela, "muitas vezes se desenrolava como um choque de admiradores de Mariah loucos para fazerem melisma". O editor Roger Deckker do New York Magazine, comentou ainda que "Whitney Houston possa ter introduzido o melisma na música de massa foi Mariah — com seu alcance de cair o queixo — que o solidificou no padrão americano". Deckker também acrescentou que "toda vez que você liga o American Idol, está assistindo os pupilos dela".

Além de sua capacidade vocal, Carey foi creditada por seu papel e impacto como compositora e produtora. Ao homenageá-la com o "Prêmio Ícone" em sua cerimônia de premiação em 2012, a Broadcast Music, Inc. (BMI) descreveu a composição da cantora como tendo "uma influência única e indelével nas gerações de músicos". Jeffrey Ingold, do Vice, saudou o lirismo das canções da artista como "um dos mais detalhados da música pop", elogiando sua capacidade de transmitir "histórias sutis sobre amor, perda, sexo, raça e abuso" em suas músicas. Jeff Benjamin, da Forbes, afirmou que as habilidades de composição de Carey eram um aspecto "geralmente esquecido" de seu legado musical.

Numerosos historiadores e cientistas sociais também creditaram a franqueza de Carey à sua herança multirracial por facilitar o discurso público em torno das relações raciais nos Estados Unidos, bem como o advento do feminismo interseccional, durante os anos 90. Como observado pelo professor Michael Eric Dyson em seu livro Between God and Gangsta Rap: Bearing Witness to Black Culture, a "recusa de Carey de ceder à pressão pública" em torno da natureza de sua etnia expôs "a política de definição desordenada, às vezes arbitrária" e "as contradições raciais no centro da música pop contemporânea" na época. Sika Dagbovie-Mullins, da Florida Atlantic University, creditou Carey como uma "heroína pioneira multiracial", observando sua capacidade de explorar e criticar "as várias manifestações do estereótipo mulato" ao longo de sua carreira.

De acordo com Stevie Wonder: "Quando as pessoas falam sobre os grandes cantores influentes, elas falam sobre Aretha, Whitney e Mariah. Isso é um testemunho de seu talento. Seu leque é incrível". Beyoncé credita que o canto de Carey e sua música "Vision of Love" a influenciaram a começar a praticar "corridas" vocais quando criança, além de ajudá-la a seguir uma carreira como musicista. Rihanna afirmou que Carey é uma de suas principais influências e ídolos. Christina Aguilera disse que nos estágios iniciais de sua carreira, Carey foi uma grande influência. Segundo Pier Dominguez, autor de Christina Aguilera: A star is made, Aguilera afirmou que adorava ouvir Whitney Houston, mas foi Carey quem teve a maior influência em seu estilo vocal. A imagem cuidadosamente coreografada de Mariah como uma mulher adulta tocou Aguilera. Sua admiração também cresceu a partir do fato de que ambas também possuem etnia mista. Philip Brasor, editor do The Japan Times, expressou como o estilo vocal e melismático de Carey influenciou até os cantores asiáticos. Ele escreveu que a cantora japonesa Hikaru Utada "cantou o que ouviu, com o diafragma e o melisma que se tornou padrão no pop americano após a ascensão de Mariah Carey". Outros artistas que referenciaram Carey em algum aspecto de sua carreira estão Anitta, Ariana Grande, Bonnie McKee, Brandy Norwood, Bridgit Mendler, Grimes, Jake Zyrus, Jessica Simpson, Jordin Sparks, Justin Bieber, Jessica Sanchez, Katy Perry, Kelly Clarkson, Lady Gaga, Leona Lewis, Nelly Furtado, Melanie Fiona, Missy Elliott, Pink, Regine Velasquez, Mary J. Blige, Sarah Geronimo, Sandy e Sam Smith.

Em um artigo intitulado Out With Mariah's Melisma, In With Kesha's Kick, o escritor David Browne do The New York Times discutiu como o estilo melismático, muito popularizado por artistas como Mariah Carey e Whitney Houston, de repente perdeu espaço em favor do agora onipresente autotune. Browne comentou "há duas décadas, o melisma ultrapassou o pop de uma maneira que nunca havia acontecido. A estreia de Mariah Carey em 1990, com "Vision of Love", [estabeleceu] a moda das notas excessivamente altas, mais longas e mais fortes do que muitos fãs do pop já ouviram". Browne acrescentou ainda que "uma geração subsequente de cantoras, incluindo Aguilera, Jennifer Hudson e Beyoncé, construiu suas carreiras em torno do melisma (homens como Brian McKnight e Tyrese também se renderam, mas as mulheres foram as que mais dominaram a fórmula").

Em um nível cultural, Carey é vista como sinônimo de Natal e temporada de férias, devido ao impacto duradouro e à popularidade de seu álbum Merry Christmas e da canção "All I Want for Christmas Is You". A cantora foi creditada por transformar o gênero da música natalina em um formato comercialmente viável na indústria da música, bem como em uma parte onipresente da cultura popular mais ampla, tanto que ela foi apelidada de "Rainha do Natal". A música é o décimo single mais vendido de todos os tempos até junho de 2019, com vendas globais de mais de dezesseis milhões de cópias. O álbum é creditado como o disco natalino mais vendido de todos os tempos. Tanto a música quanto o álbum foram aclamados como sendo "uma das poucas adições modernas dignas do cânone natalino" por publicações como The New Yorker. Falando à Vogue em 2015 sobre "All I Want For Christmas Is You", Elvis Duran afirmou que o apelo da música foi baseado no fato de que era "uma canção moderna que poderia realmente ter sido um sucesso nos anos 40", elogiando sua "qualidade clássica e atemporal". O sucesso da canção, em particular, levou Carey a construir o que a Billboard descreveu como um "mini-império natalino em expansão". A cantora lançou um livro infantil baseado em "All I Want for Christmas Is You" em 2015, que vendeu mais de setecentos mil exemplares; em 2017, ela lançou um filme baseado no livro e na música.

Comercialmente, Carey é creditada por popularizar e redefinir a prática de remixar canções na indústria da música. Em um artigo de 2019 para a MTV, Princess Gabbara saudou a cantora como "a rainha dos remixes", elogiando sua capacidade de "satisfazer diferentes públicos" ao produzi-los. Em entrevista à Billboard em 2019, David Morales, que colaborou pela primeira vez com a cantora no Def Club Mix de seu single "Dreamlover" de 1993, comentou que o papel revolucionário de Carey na popularização dos remixes "abriu uma grande porta, e poucas pessoas na época eram capazes de fazer isso. Quando outros grandes artistas viram o que eu fiz com Mariah, eles quizeram fazer o mesmo. Por causa dela eu entrei no estúdio com Toni Braxton, Aretha Franklin, Seal e Donna Summer".

Carey também é creditada por popularizar o R&B e o hip hop na cultura pop e por popularizar a participação de rappers em suas músicas pós-1995. Sasha Frere-Jones, editora do The New Yorker comentou: "Tornou-se padrão para estrelas de R&B/hip-hop como Missy Elliott e Beyoncé, combinar melodias com versos batidos. E jovens popstars brancos — incluindo Britney Spears, Jessica Simpson, Christina Aguilera e 'N Sync — passaram boa parte dos últimos dez anos fazendo música pop que é inconfundivelmente R&B". Além disso, Jones conclui que "a ideia [de Carey] de emparelhar uma artista feminina com os principais MCs masculinos do hip-hop mudou o R&B e, eventualmente, todo o pop. Embora agora qualquer um esteja livre para usar essa ideia, o sucesso de The Emancipation of Mimi sugere que ainda pertence a Carey". Judnick Mayard, escritor do The Fader, escreveu que, em relação à colaboração com R&B e hip hop, "a campeã desse movimento é Mariah Carey", citando que, devido a canção "Fantasy", "ambos os gêneros tornaram-se melhores amigos". Kelefa Sanneh, do The New York Times escreveu: "Em meados da década de 1990, Carey foi pioneira em um subgênero que algumas pessoas chamam de "dueto de bandidos". Atualmente, espera-se que estrelas pop bem-intencionadas colaborem com rappers, mas quando Carey se uniu a Ol 'Dirty Bastard, do Wu-Tang Clan, para o remix de "Fantasy" em 1995, foi uma surpresa e um grande sucesso". Em uma resenha ao seu álbum Greatest Hits, Devon Powers, do PopMatters, escreve que "ela influenciou inúmeras vocalistas subsequentes. Aos 32 anos, ela já é uma lenda viva, mesmo que nunca mais volte a cantar alguma outra nota".