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#INQUIRER: Lana Del Rey fala sobre novo álbum, problemas com o álcool, amor, inspirações e muito mais

Em entrevista para o site filipino INQUIRER, Lana Del Rey falou sobre os problemas com o álcool na sua adolescência, novo álbum, amor, inspirações e muito mais. Leia abaixo a tradução da entrevista:

LOS ANGELES — “Eu era muito selvagem”, admitiu Lana Del Rey, que lembrou seu passado conturbado em nossa entrevista. A cantora e compositora sofria de alcoolismo quando era adolescente. “Eu fui para um colégio interno (Kent School, em Connecticut), o que era incomum, porque eu sou de Lake Placid (Nova Iorque).” Ela tinha apenas 15 anos, e seus pais a enviaram para lá na esperança de que ela ficasse sóbria.

“Nós não conhecíamos ninguém que já tivesse estado em um colégio interno”, contou Lana, com uma beleza impressionante em um top preto, saia e óculos de sol em sua cabeça.

Lado escuro

Ela havia dito à revista GQ sobre sua dependência de álcool: “Eu bebia demais na época. Eu gostaria de beber todos os dias. Eu gostaria de beber sozinha. Eu pensava que todo o conceito era tão legal. Uma grande parte do que escrevi no álbum ‘Born To Die’ é sobre esses anos desertos. Meus pais estavam preocupados, eu estava preocupada. Eu soube que isso era um problema quando eu gostei mais de beber do que fazer qualquer outra coisa que eu gostava. No início, tudo está bem… você pensa que tem um lado escuro — é excitante — e então você percebe que o lado negro ganha cada vez que você decide entrar nele. Foi a pior coisa que já aconteceu comigo.”

Mesmo naquela época, Lana sentia seu toque artístico. “No fundo do meu coração, eu realmente queria ser criativa. Eu estava realmente procurando por uma direção e validação, alguém que me dissesse que isso não precisaria se tornar um negócio; que se poderia fazer algo por toda sua vida que seja apenas uma extensão de sua profissão.”

Cantora do coral

Lana, que é de ascendência escocesa, disse que escreveu sua primeira canção aos 11 anos de idade. “Era chamada China Palace [saiba mais]. Era sobre ser uma princesa.”

Ela sempre esperava que tivesse talento, disse Lana, que foi criada como católica. “Eu cantava no coral da igreja. Eu era um anjo em concursos de Natal. Eu realmente gostava de cantar.”

A nativa de Nova Iorque, cujo nome verdadeiro é Elizabeth Woolridge Grant (seu antigo nome artístico era Lizzy Grant), acrescentou: “Mesmo jovem, eu realmente queria ter uma carreira, mas não sabia se eu poderia ter uma. Essa frustração foi parte do que me levou para esse caminho. Eu tenho pessoas inspiradoras na minha vida — pessoas que conheci ao longo do caminho e que não são muito conhecidas.”

Ela fez menção especial à uma pessoa, Jane Powers. “Ela é uma corretora de imóveis. Eu a conheci há sete anos em Nova Iorque e eu a amava. Eu realmente queria ser uma cantora. Eu dizia: ‘Eu não sei o que vai acontecer.’ Ela dizia: ‘Deus não irá te salvar de um afogamento apenas para te derrotar na praia. Tudo o que você realmente precisa é de paciência quando se tem persistência.’ Ela é simplesmente um anjo.”

Inspirações criativas

Ela citou seu pai, Robert England Grant Jr.: “Ele é outra pessoa maravilhosa. Eu tenho um monte de inspirações criativas. Eu amo (Federico) Fellini [cineasta italiano]. Há um documentário sobre ele, ‘I’m a Born Liar’, que é muito interessante.”

Bob Dylan a inspirou, ela disse, “o jeito que ele meio que criou a sua própria história e isso lhe permitiu criar seu próprio futuro. Mudei-me para o West Village (Nova Iorque), porque eu amei este era na década de 1960, quando eles estavam criando um novo mundo.”

Lana ama os anos 50 e 60, tanto que ela descreveu a si mesma como uma “Nancy Sinatra gangster.”

Sobre seus relacionamentos, que incluíram um executivo de uma gravadora e músicos, Lana confessou: “Eu geralmente sou a única que não é para ser confiável, porque eu nunca tenho certeza. Dizem que quando você sabe, você sabe. Eu nunca conheci. Quando você continua fazendo as coisas, mesmo não sabendo, isso, exatamente, não o torna confiável. Eu tive decepções nos relacionamentos que eu estava realmente esperançosa, mas nunca porque a pessoa era desonesta — talvez não inteiramente só ele.”

A grande figura cármica da vida

“Tive a sorte de estar em um relacionamento por um longo tempo onde tantas coincidências acontecem dentro dele, quase como acabar as frases de alguém. Eu tenho sorte de ser, sem parecer maluca, quase psiquicamente ligada em outro nível com alguém. Isso realmente definiu essa relação, separando-a das outras, e me senti bem por isso. Mas, talvez, eu percebi, não fossem tão significativas [as relações] na minha grande figura cármica da vida.”

“Infelizmente, ele não vinha se sentindo bem durante quatro anos. Eventualmente, eu decidi seguir em frente e tentar algo novo. Eu sou tradicional, eu acho, à procura de algo que faz tudo ainda mais bonito do que já é.”

Ela está apaixonada agora? “Talvez”, ela responde com um sorriso no rosto. Lana está namorando Francesco Carrozzini, um fotógrafo italiano de moda.

Quanto à sua carreira musical (seu terceiro álbum, Ultraviolence, estreou no topo da Billboard 200 no ano passado), Lana disse: “Eu sinto que os três discos eram tão pesados e autobiográficos. Tem sido tão catártico. Eu gosto de usar meu trabalho anterior como um salto para fazer algo novo.”

Eu estou pronta para entrar em mais de um lugar surrealista de ‘Lucy in the Sky With Diamonds’ [canção de The Beatles]. É por isso que eu realmente gostei do que ouvi sobre Fellini e todos os filmes que foram overdubbed [técnica de gravação que consiste em adicionar novos sons a uma gravação já anteriormente realizada] e os atores estavam contando e não dizendo linhas. Eu não podia acreditar nisso.”

Novo álbum

O novo álbum de Lana, Honeymoon, inclui um cover da canção Don’t Let Me Be Misunderstood da Nina Simone.

A cantora e compositora, cuja canção Big Eyes do filme de mesmo título recebeu uma indicação no Globo de Ouro, exultou o poder das palavras.

“Eu sou uma daquelas pessoas que acreditam que as palavras são algumas das últimas formas de magia que existem”, disse Lana, que ganhou suas primeiras indicações ao Grammy no ano passado. “Se você pode alterar os sentimentos das pessoas através de rimas, estrofes e melodias, é realmente um trabalho divertido ter. Encontro-me, por vezes, indo e voltando entre a escrita autobiográfica e vivendo através das minhas próprias letras.”

“É uma forma de escapismo para mim, de certa forma, agora que eu não saio muito. Se você tiver sorte o suficiente para fazer o que você ama, isso pode ser toda a sua vida. Tenho muita sorte.”

Ela descreveu seu processo de composição: “Eu gosto de escrever à noite. Eu morava em Nova Iorque há 10 anos. Eu nunca pensei que eu iria passar para a Costa Oeste. Agora que estou na Califórnia, eu acho que eu realmente amo escrever quando está muito quente. Então, eu gosto do verão; eu sou uma caçadora de sol. Tudo é verão. Fui proibida de incorporar essa palavra.”

Amor e os trópicos

“Eu gosto de estar apaixonada quando estou escrevendo. Eu gosto de qualquer coisa tropical e exótica, qualquer coisa taitiana, havaiana.”

Foi difícil para ela quando seus primeiros trabalhos foram criticados. “Eu estive triste por razões diferentes. Eu tenho minhas próprias razões pessoais. Fiquei decepcionada quando fui criticada logo no início pelos discos que eu adorava, porque eu me considerava uma escritora. Talvez a maneira que eu interpretei tenha entrado no caminho. Isso foi decepcionante por alguns anos.”

“Nova Iorque era minha grande inspiração. E, em seguida, estar na TV, em Nova York, e me sentindo daquele jeito realmente não deu certo (sua apresentação no ‘Saturday Night Live’ que foi criticada)… e me mudei para a Costa Oeste e estava reorientando tudo. Era muita coisa para mudar.”

Questionada sobre como ela está agora, Lana, de 29 anos, e prestes a embarcar em uma turnê este ano com Courtney Love, respondeu: “A primeira coisa que eu preciso é ser feliz, o que pode ser difícil quando você está em turnê por sete meses do ano.”