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♦ Produção

• Criação e concepção
Antes de levar Supernatural para a televisão, o criador Eric Kripke tinha desenvolvido a série durante quase dez anos, tendo sido fascinado por lendas urbanas desde que era criança.[10] Apesar de ter pensado em Supernatural como um filme,[11] passou anos tentando vender a ideia num formato de série de televisão.[12] O conceito passou por várias fases antes de se tornar no produto final, e mudou de uma antologia sobre o paranormal para um grupo de jornalistas que viajavam pelo país numa van "lutando contra demônios em busca da verdade".[10][13] Kripke queria que fosse uma série na estrada por achar que essa era "a melhor forma de contar essas histórias porque é puro, despojado e incomparavelmente americano... Estas histórias existem em várias pequenas cidades espalhadas por todo o país, e faz muito mais sentido chegar e ir embora destas histórias dirigindo".[10] Devido ao fato de já ter trabalhado anteriormente com a WB com a série Tarzan, Kripke teve a oportunidade de propor ideias de programas ao canal, e aproveitou a oportunidade para Supernatural.[11] Porém, o canal não gostou da sua ideia dos jornalistas, por isso Kripke decidiu que os personagens principais eram dois irmãos[2] e que eles são de Lawrence, no Kansas, devido à proximidade da cidade ao Stull Cemetery, um local famoso por suas lendas urbanas.[14]

Quanto ao nome que daria aos protagonistas, Kripke decidiu que se chamariam "Sal" e "Dean" como homenagem ao romance On the Road, de Jack Kerouac. Contudo, achou que "Sal" não era o melhor nome para um personagem principal e mudou-o para "Sam".[15] Originalmente, o último nome dos irmãos seria "Harrison" para fazer referência ao ator Harrison Ford, visto que Kripke queria que Dean tivesse "a presunção ousada e imprudente de Han Solo". Porém, havia um Sam Harrison que morava no Kansas, por isso o nome teve de ser mudado por razões legais. Para combinar o seu interesse na Winchester Mystery House e o seu desejo de dar um aspeto de "Western moderno" à série, Kripke deu-lhes o sobrenome de "Winchester". Contudo, também isto criou um problema. O nome original do pai de Sam e Dean era "Jack" e também havia um Jack Winchester no Kansas, o que forçou Kripke a mudar o nome do personagem para "John".[16]

"Dizemos que é um western americano moderno - dois pistoleiros que chegam à cidade, lutam contra os maus, beijam a moça e vão-se embora com o pôr-do-sol. E sempre dissemos, desde o princípio que, se íamos ter cowboys, tínhamos de lhes dar um cavalo confiável."
- Eric Kripke sobre a decisão de incluir o Impala.
Quando era mais jovem, Kripke gostava de ver séries em que o carro era um símbolo da mesma, como é o caso de The Dukes of Hazzard e Knight Rider. Isto levou-o a incluir um em Supernatural.[17] Originalmente queria que o carro fosse um Mustang de 65, mas o seu vizinho convenceu-o a mudá-lo para um Impala de 67, uma vez que "você não pode colocar um cadáver no porta-malas" e porque "queria um carro que, quando para num sinal, faça as pessoas trancar as portas".[15] Kripke disse, "É o Rottweiler dos carros, e eu penso que isso dá mais autenticidade aos fãs de carros por causa disso, porque não é um carro bonito. É um carro agressivo, musculoso, e eu acho que é a isso que as pessoas reagem, porque se encaixa tão bem no tom do nosso programa".[17]

Kripke já tinha apresentado a série para Peter Johnson, um produtor executivo da Fox, e quando ele passou a ser presidente da Wonderland Sound and Vision, contratou Kripke. Pouco depois, Johnson envolveu-se no programa como coprodutor executivo, juntamente com McG, e a empresa de produção comprometeu-se a fazer o episódio piloto. Porém, antes do piloto começar a ser filmado, alguns problemas com o roteiro precisavam ser resolvidos. Originalmente, os irmãos não foram criados por seu pai, mas sim pelos seus tios. Assim, quando Dean pedia a ajuda de Sam no episódio piloto, tinha que convencer seu irmão sobre a existência do sobrenatural. Contudo, Kripke percebeu que desta forma o passado dos personagens principais teria sido muito complicado, e reescreveu o roteiro junto com Johnson de forma a que o pai de Sam e Dean os tivesse criado para serem caçadores.[18] O roteiro passou por várias revisões. Uma das ideias originais era a de Jessica, namorada de Sam, ser na verdade um demônio e que tal revelação levaria Sam a juntar-se a Dean na sua viagem; contudo, Kripke achava que era mais apropriado que a motivação de Sam fosse a morte de Jessica, por isso decidiu matá-la da mesma forma que matou a mãe dos irmãos.[19] Outro dos conceitos revistos foi o de Sam pensar que Dean era um assassino em série que matou o seu pai[20] e seria este quem morreria em vez de Jessica.[21] As filmagens do episódio piloto receberam luz verde após o diretor David Nutter, que já tinha trabalhado com Kripke em Tarzan, ter-se juntado ao projeto.[22] Quando o canal comprou a série completa, o estúdio contratou Robert Singer para produtor executivo uma vez que queriam que Kripke trabalhasse com alguém com experiência. O coprodutor executivo, John Shiban, também foi contratado para a ajudar a desenvolver a mitologia da série devido ao seu trabalho em The X-Files.[23] Kripke tinha um plano da mitologia para três temporadas, mas mais tarde expandiu-o para cinco[24] e esperava terminar a série em alta