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❚ 𝖦𝕏𝑨 ⧼ Profissionais médicos conferem se as cenas de sexo de 'G A.' são verossímeis.¦

ma das cenas mais memoráveis da segunda temporada de Grey's Anatomy, a estagiária Meredith Grey (Ellen Pompeo) e o diretor de neurocirurgia Derek Shepherd (Patrick Dempsey) transam numa sala de exames do hospital Seattle Grace, enquanto seus colegas participam de um evento em estilo de baile de formatura em homenagem à sobrinha adolescente de Richard Webber (James Pickens Jr.), que está com câncer. Forçados a se separar devido ao retorno repentino da médica Addison (Kate Walsh), a esposa de quem Derek estava separado, Meredith e Derek celebram seu reencontro dramaticamente de uma maneira que apenas um casal malfadado da TV poderia, culminando com a cena em que a calcinha de Meredith acaba pregada ao mural de avisos da equipe médica.

É tudo muito sensual. É quentíssimo. E é incrivelmente improvável.

Ou será que é mesmo?

Não faltam dramas médicos no ar -- "Grey's", "Chicago Med", "9-1-1","Code Black","The Resident", etc. E cada um deles sempre tem alguma cena de sexo inacreditável, com cirurgiões transando com estagiárias (ou enfermeiras com médicos, ou médicos chefes de setor com médicas residentes – você entendeu a situação), convertendo uma sala de descanso dos médicos de plantão em um verdadeiro antro de sexo (consensual) entre colegas de trabalho que, tirando isso, são profissionais rematados.

Antes da final da 14ª temporada de "Grey's", várias perguntas pairavam no ar. Haverá um final feliz para April Kepner (Sarah Drew)? O casamento de Will Alex (Justin Chambers) e Jo (Camilla Luddington) vai transcorrer sem problemas? Carina (Stefania Spampinato) vai seguir Arizona (Jessica Capshaw) para Nova York? Mas nenhuma dessas indagações é mais urgente que a dúvida que nos atormenta há muito tempo: as cenas de sexo da série são realistas?

Sendo assim, o HuffPost decidiu perguntar a alguns profissionais médicos o que acontece em salas de exame e outros espaços hospitalares na vida real. Veja as verdades que nos foram ditas.

Cenário 1: Sexo no almoxarifado (ou na sala de descanso dos médicos de plantão ou em salas de exame vazias, etc.)


No episódio 16 da segunda temporada de "Grey's", Izzie Stevens (Katherine Heigl) chama Alex Karev (Justin Chambers), com quem tem uma amizade colorida, para dentro do almoxarifado, usando uma frase clássica: "Quer ficar parado aí falando em metáforas ou quer literalmente tirar as calças?" Spoiler: ele arranca as calças. Disso decorre a pergunta: será que médicos realmente transam em almoxarifados e armários de materiais médicos?

Segundo a Dra. Jen Gunter, obstetra e ginecologista de San Francisco e autora, a maioria das salas de descanso de médicos em hospitais é "meio asquerosa, e você tem que dividir com outra pessoa".

"Nunca, nunca mesmo em meus mais de 30 anos trabalhando com medicina ouvi falar de pessoas transando num almoxarifado. Nunca ouvi falar de ninguém transando na sala de descanso dos médicos de plantão. Será que isso pode acontecer de vez em quando? Imagino que sim," ela disse.

Uma enfermeira de Filadélfia chamada Meg (que preferiu não citar seu sobrenome nesta reportagem porque – bem, quem pode criticá-la por isso?), disse que as relações secretas acontecem nos vãos de escadas, não em almoxarifados, salas de descanso de médicos de plantão ou salas de exame.

"Nunca ouvi falar disso acontecer em salas vazias ou armários de material médico. Tem gente entrando e saindo do almoxarifado o tempo inteiro", ela explicou. "Já ouvi falar de pessoas flagradas debaixo de escadas e em vestiários."

"Conheço uma garota que transou no vão de uma escada", contou Jessica, enfermeira que trabalha em Boston. "Mas não foi um escândalo tão grande quanto as pessoas geralmente imaginam."

Eileen, enfermeira que já trabalhou em diversas cidades, incluindo Nova York, Seattle, San Diego e Boulder, disse que sabe de colegas de trabalho "que transam nos seus consultórios e nas salas de plantão, sempre em lugares onde é possível trancar a porta".

E uma pediatra de Westchester County, Estado de Nova York, que pediu para ficar anônima, disse que bem queria que a vida nos hospitais fosse tão emocionante quanto é no seriado. "Talvez os pediatras tenham uma vidinha mais monótona que os médicos de outras especialidades. Quem sabe? Sei de uma paciente adolescente que foi flagrada transando com o namorado quando estava internada. Depois daquilo, tivemos que endurecer as regras em relação a visitas a pacientes."

Cenário 2: Cirurgiões poderosos têm relações sexuais com colegas juniores


Ao longo da quinta temporada de "Grey's Anatomy" o cirurgião plástico Mark Sloan (Eric Dane) namora a estagiária Lexie Grey (Chyler Leigh) ― descanse em paz, mas não queremos reviver aquela devastação -- , apesar dos avisos de Meredith e Derek, que os desaconselharam a levar o relacionamento adiante (afinal, Lexie é a meia-irmã mais jovem de Meredith). O relacionamento "inapropriado" de Mark e Lexie, com todas suas idas e vindas, virou um dos que os fãs mais curtiram. Mas será que na vida real cirurgiões de fato namoram enfermeiras, estagiárias ou estudantes?

"Sei de uma auxiliar de enfermagem de centro cirúrgico que se envolveu com um cirurgião ortopédico. Eles tiveram um relacionamento sexual, e ela lhe mandava fotos dela nua, que ele mandava para si mesmo por e-mail na sala de plantão e salvava para o computador da sala para então poder ficar olhando", contou uma enfermeira chefe que vive na Virginia e preferiu ficar anônima. "Claro que ele nem sempre se lembrava de fechar as fotos antes de sair do computador. Todos nós ficamos conhecendo a enfermeira muito mais de perto do que queríamos!!"

Meg disse que sabe de alguns residentes que namoraram colegas juniores, e alguns dos relacionamentos acabaram em casamento.

"Tivemos uma enfermeira que namorou seu chefe. Foi tudo mantido na surdina até que ela pediu demissão, e agora os dois estão casados. Na realidade, isso acontece muito", ela falou. "Acho que é fácil a pessoa se sentir atraída por um colega de trabalho, uma pessoa com quem ela passa muito tempo todo dia, que é inteligente e realizada. As pessoas que trabalham com você entendem o que você passa no trabalho, entendem o nível de estresse com que você convive. É muito mais difícil encontrar uma pessoa de fora da medicina que entenda isso. Por essa razão, residentes muitas vezes acabam casando com residentes."

Mesmo assim, disse a enfermeira chefe, as séries de TV tendem a ampliar e intensificar o drama desses romances nascentes entre profissionais médicos. "Hoje em dia eu não assisto muito os seriados médicos. Não gosto do jeito que mostram tantos romances entre profissionais. Acho pouco realista."

"É tudo mentira", reiterou a editora do Reddit TsukasaHimura em uma discussão sobre esse tópico. "Os médicos com que eu trabalho geralmente são velhos e chatos. Eu não transaria com nenhum deles, nem pensar."

Mas Eileen falou que está sabendo de alguns relacionamentos quentes entre médicos e enfermeiras.

"Tenho uma amiga que estava noiva, ia se casar, e então começou a trabalhar no meu hospital. Ela começou a sair com um médico com quem a gente trabalha e começou a ir para a cama com ele imediatamente. Ele era bem mais velho e não era nada bonito, mas tinha dinheiro, poder e dava muita atenção a ela. Lembro que ela me contava que ia ao banheiro dos funcionários e tirava fotos nuas para mandar a ele. Sei que eles fizeram sexo no vão da escada e no consultório dele. Ela acabou terminando com o noivo porque estava se sentindo culpada. E no final, também não ficou com o médico."

Cenário 3: noitadas com colegas regadas com muito álcool


Os profissionais do Hospital Grey-Sloan Memorial vivem indo ao bar local, o Joe's Pub, para descontrair. Eles jogam dardos, bebem muito e dançam. Será que o Joe's Pub é uma fantasia ou aquelas noites regadas a tequila têm alguma base na realidade?

"Minhas amigas enfermeiras e eu ficávamos bêbadas juntas, sim", falou a enfermeira chefe, e Jessica acrescentou: "Enfermeiras são doidonas!"

"Eu saía mais com os colegas quando fazia o turno da noite. A gente tomava Bloody Mary e cerveja às 7h30 da manhã, antes de ir dormir – é muito melhor do que você imagina", falou Eileen. "Na realidade ainda não vi todo o mundo ficar realmente bêbado numa ida ao bar depois do trabalho, mas já vi isso muito em festas de aniversário, festas quando alguém se aposenta, etc."

"Sempre houve bebida em todas as unidades em que trabalhei nos últimos dez anos", comentou Meg. "Geralmente há um bar ou restaurante que é o favorito do pessoal do hospital, e você frequentemente encontra gente dos diferentes departamentos nesse lugar. Já vi médicos em restaurantes super grudados com mulheres que eu sei que não são suas esposas!"

Mas a pediatra de Westchester disse que as noitadas regadas a muito álcool diminuíram de frequência desde os tempos de sua residência médica.

"Naquela época eu realmente saía muito com os colegas depois do fim dos turnos. E ficar bêbados era uma maneira que tínhamos para combater o estresse e a exaustão do trabalho durante a residência, quando trabalhávamos 80 horas por semana", disse a pediatra. "Sei de colegas que saíam para uma happy hour e depois iam fazer o plantão da meia-noite na sala de emergências. Sempre envolvia um cálculo cuidadoso para assegurar que você estivesse sóbria na hora de iniciar seu turno."

Cenário 4:Todos os escândalos envolvendo traição


No escândalo de traição que é provavelmente o mais famoso de "Grey's Anatomy", Addison, a mulher de Derek, vai para a cama com o melhor amigo dele, Mark Sloan (os dois já morreram, infelizmente). O caso é contado ao longo de algumas temporadas e acaba levando Derek a ter seu romance intermitente com Meredith. Mas até que ponto esses escândalos de traição são realmente comuns em hospitais?

São comuns, ao que parece.

"Trabalhei num lugar onde vários membros da equipe tinham casos com outros membros", escreveu um médico com nick oculto no Reddit. "Eu mesmo fui acusado de disso um monte de vezes, mas fui esperto, não me deixei enredar nessa armadilha."

"Tivemos um médico especialista que teve um caso com uma enfermeira e a engravidou", me contou uma médica de obstetrícia de Chicago, que optou por ficar anônima. "Ele ficou com a esposa e pagou para a enfermeira não lhe criar problemas."

"Já houve casos de visitas de esposas que coincidiram com visitas de namoradas, e foi preciso chamar a segurança do hospital", disse Meg. "Quando jogaram um carrinho de bebê, eu fui embora, e pronto."

O ambiente hospitalar se presta a flertes e namoricos, explicaram vários profissionais médicos. Isso alivia o tédio dos plantões longos ou de muitas horas passadas em cirurgias.

"Sempre haverá médicos que gostam de cantar enfermeiras jovens. Eles curtem a interação com elas, pelo fato de estarem em uma posição de poder", disse Meg.

Eileen viu o casamento de uma grande amiga acabar devido a um caso extraconjugal da amiga com um médico no hospital onde ela trabalhava.

"Uma de minhas melhores amigas estava transando com um médico com quem a gente trabalhava, apesar de estar com casamento marcado para pouco depois disso. Esse médico era altamente charmoso e vivia tentando levar qualquer profissional mulher, jovem e bonitinha para a cama. E conseguia com muitas delas. Minha amiga chegou a transar com ele na noite antes de seu casamento", revelou Eileen. "A coisa continuou depois do casamento, apesar de ela ter tentado ficar longe do médico. Mas o médico fazia questão de sempre estar por perto dela e chamando a atenção dela. Hoje ela está divorciada, e seu relacionamento com o médico também acabou."

"Às vezes é difícil ser casado. Não é fácil manter um relacionamento", explicou Gunter. "Já conheci médicos que deixaram suas esposas para ficar com outras médicas, com enfermeiras ou outras profissionais de medicina. Eu não diria que isso é um escândalo. Não estamos em 1918."

Cenário adicional 1: Já que estamos falando nisso, e o uso de drogas em hospitais?


O sexo não é o único tópico tabu tratado pelas séries que se passam em hospitais. Na temporada mais recente de "Grey's", alguns dos médicos residentes acidentalmente consomem cookies de maconha, e o resultado é uma doideira generalizada. Já vimos Amelia Shepherd (Caterina Scorsone) encarar problemas graves de dependência de drogas em "Grey's Anatomy" e na spinoff "Private Practice". O consumo de drogas é um problema real no mundo médico?

O consumo de drogas na realidade é bastante comum. Alguns profissionais médicos também vendem medicamentos.

"Existem médicos com problemas de dependência química, assim como há pessoas de todas as áreas com esse problema", falou Gunter.

Meg revelou que alguns de seus colegas de trabalho já foram flagrados usando e distribuindo drogas no trabalho.

"Sei de situações em que enfermeiras estavam consumindo drogas. O hospital lhes ofereceu um programa de reabilitação, e elas passaram a ser obrigadas a seguir regras muito rígidas. Tiveram que deixar o trabalho com pacientes enquanto se tratavam, e depois de concluir a reabilitação, voltaram ao hospital cumprindo funções menos estressantes e nas quais eram sujeitas a mais supervisão, até que foram consideradas aptas para assumir responsabilidades maiores outra vez", ela disse. "Acho que na maioria dos casos em que acontecem essas situações, tudo é mantido muito na surdina."

"Minha colega de trabalho foi demitida porque estava vendendo drogas", disse Jessica. "Isso acontece com mais frequência do que as pessoas imaginam."

"Moro no Colorado. A maioria dos meus colegas fuma maconha, mas não no trabalho, nem antes de vir trabalhar", explicou Eileen. "Sei de duas enfermeiras que roubaram analgésicos intravenosos e para tomar por via oral, para usar elas mesmas. Não sei se elas chegaram a trabalhar quando estavam sob o efeito dos medicamentos, mas as duas foram flagradas, e nenhuma das duas vai poder voltar a ser enfermeira."

Cenário adicional 2: e os fantasmas?


Na quinta temporada de "Grey's Anatomy", Izzie, que está tendo alucinações por conta de um tumor cerebral, vive um romance com uma versão fantasma de seu falecido noivo, o adorado e jamais esquecido Denny Duquette (Jeffrey Dean Morgan). (Essa trama toda teria sido criada para dar a Katherine Heigl um material digno de Emmy, como ela queria. Em vez disso, levou alguns espectadores – e a própria Heigl – a desistirem da série.) Na realidade, espíritos eram comuns em "Grey's". E no 300º episódio da série, Shonda Rimes trouxe de volta "fantasmas" ou sósias de Cristina Yang (Sandra Oh), George O'Malley (T.R. Knight) e Izzie, para levar o espectador de volta aos primórdios do Hospital Seattle Grace.

Por assustador isso possa soar, espíritos existem, sim, em hospitais, pelo menos segundo Meg.

"Às vezes os monitores fazem coisas bizarras ou você sente um arrepio na nuca. Se você acredita em espíritos, fica achando que eles estão presentes. Afinal, tantas almas vão embora de um hospital todos os dias. Quando não dá para abrir a janela, já conheci enfermeiras que dão a descarga para que o espírito possa sair de lá."

Ao todo, contudo, as vidas dos médicos e enfermeiros em dramas médicos são nitidamente mais implausíveis que as dos profissionais médicos da vida real. A maioria das fontes com quem conversei disse que não assiste mais aos seriados médicos, por achar as tramas excessivamente dramáticas e pouco realistas.

Eileen admitiu: "Vejo algumas semelhanças entre as séries e a realidade: quando a gente lida com um paciente com parada cardíaca, um trauma maciço, quando o hospital está sobrecarregado devido a um desastre natural, quando uma pessoa armada entra no hospital. Mas essas ocorrências são muito raras. Talvez uma ou duas vezes por mês, no máximo, eu tenha um turno tão maluco quanto as coisas que mostram na televisão."

"Acho que algumas outras séries são mais realistas", opinou Meg. "'Nurse Jackie' foi melhor que a maioria." Na opinião de Gunter, a série que chegou mais ao âmago da medicina foi "Scrubs".

"Pelo que eu me lembro, " 'ER' foi a série mais próxima da realidade", disse a pediatra. "O drama todo de 'Grey's Anatomy' foi realmente muito mais extremo do que qualquer coisa que eu já tenha visto em um hospital da vida real."

Fonte: https://www.huffpostbrasil.com/