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■■ News 01 ■■

Privacidade em troca da fama
A invasão de privacidade rendeu status e sucesso não planejado à estudante Gabriela Sampaio, de 17 anos. Filha de fotógrafo, aos 14 anos ela tirava fotos de alta qualidade com a câmera do pai e as postava no perfil pessoal do Orkut, principal rede social da época, posteriormente vendida para o Google. Em comunidades, começou a expor imagens que, apesar de estarem em uma página pública, foram usadas sem o consentimento da dona. Alertada por algumas amigas de que havia outros perfis utilizando as fotos, e muitas vezes com outros nomes, Gabriela começou a perder o controle da situação. “Eu ficava com muita raiva, porque pegavam minhas fotos e se passavam por mim, falavam coisas que não eram reais, adicionavam meus amigos”, lembra.

Gabriela conta que foi alvo da ação de fakes para roubar suas fotos. “Tudo é planejado. Faziam perfis falsos de amigas minhas e eu as adicionava. Bastava um erro para que todas as minhas fotos fossem roubadas”, explica. Foram criadas tantas páginas e perfis em redes sociais com o nome da estudante que os amigos já não sabiam quem era a verdadeira. Por causa da fama, o pai, a irmã, o irmão e o namorado também ganharam falsos perfis. “Meu irmão, por exemplo, não tem conta no Facebook, mas uma pessoa criou e se passa por ele. Falam inclusive o que ele está fazendo diariamente, embora seja tudo inventado”, conta.

A estudante só entendeu a proporção tomada por aqueles perfis falsos quando, por meio de um serviço de bate-papo instantâneo, meninas ligavam a webcam e choravam, pedindo para que ela as adicionasse no Orkut. Em uma viagem recente ao Rio de Janeiro, um grupo de garotas foi recebê-la no aeroporto. Até na Disney, na Flórida, Gabriela já foi reconhecida.

Hoje, ela conhece as meninas que fazem os perfis falsos e os integrantes do seu fã-clube. “Tem uma menina que é como uma assessora. Ela posta minhas fotos, apaga comentários ruins”, diverte-se. A estudante explica que suas fãs têm em média 8 e 12 anos, por isso, na maioria das vezes, não há maldade por trás dos perfis criados. Com a fama, ganhou até apelido: Diva Gabriela Sampaio.

Limão e limonada
São mais de 300 perfis falsos e 9 mil seguidores nas comunidades do Orkut, mais de 100 perfis e páginas no Facebook, fã-clubes, Twitter e Formspring. Já familiarizada com a situação, Gabriela criou uma página no Facebook para suas fãs. Lá, ela conversa com os integrantes, posta fotos para divulgação e faz promoções. “Faço fotos para que os internautas peguem. Tem um menino que fez uma camiseta com minha foto, fazem vídeos”, conta.

Ela pensa em fazer da fama na internet uma profissão. “Não fiz nenhum esforço para isso, apenas aconteceu. “Fiz do limão uma limonada, comecei a gostar da ideia, e isso me ajudou a perceber que gosto da fama”, revela.

Experiente, Gabriela sabe dos perigos que a exposição na rede pode trazer. “Não posto fotos indecentes, porque logo recebo fama. Já postei o número do meu celular para amigos e até hoje recebo mensagens e ligações de desconhecidos”, conta, ao mostrar várias mensagens de estranhos no telefone. “Já inventaram que eu estava grávida. Mas estou sujeita a isso. Ou você aceita ou fica doido. Comecei a deixar o povo falar e fui viver minha vida.