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Para o The Guardian, Avril Lavigne fala sobre complicações com gravadoras e nova fase da carreira!

Faltando um mês para o lançamento do sexto álbum da carreira, Avril Lavigne concedeu uma nova entrevista para o The Guardian. A artista falou sobre canções inéditas, repetir fórmulas do passado para conseguir hits e vida pessoal:

O que acontece quando uma ‘adolescente imortal’ enfrenta a morte de frente? Esta é a premissa que a jornalista Laura Snapes escolheu para conduzir o bate-papo com a canadense por telefone, orientando o leitor desde como a cantora surgiu no cenário musical, as mudanças em seu estilo, até a luta contra a doença de Lyme. No entanto, agora com 34 anos, Avril não parece interessada em continuar a falar exaustivamente sobre isso e nem sobre as condições que afetam gravemente sua saúde. Quanto ao diagnóstico, ela respondeu: “Eu fiquei tipo: ‘Ok, agora posso pelo menos começar a tratar algo!”. Lavigne recebeu cuidados em sua casa. Quando a jornalista insistiu questionando quem esteve presente no processo, a empresária da artista interrompeu pedindo que focassem na música, embora pareça difícil separar os dois assuntos quando pensamos na construção do novo álbum, especialmente do 1º single, Head Above Water.

“Apenas me senti muito bem em cantar essa canção. A emoção se deu de forma tão crua!”.

Apesar da doença que a manteve de cama por muitos meses, Avril garante que nunca duvidou de sua capacidade de se comprometer em entregar um álbum inteiro. A jornalista ouviu oito das novas músicas e definiu os temas como algo predominantemente carregado de força interior, no que no seu ponto de vista a sonoridade lembra o trabalho de Lana Del Rey.

Manter o ritmo pop, desta vez, não era o foco e nem uma preocupação de Lavigne: “Eu não queria fazer o que todo mundo estava fazendo”, diz ela, mencionando a necessidade do que chama de “realismo musical orgânico” e a construção de músicas em torno de seus vocais, ao invés de apenas enterrá-los em faixas barulhentas. Ela afirma que manter o foco na música é o estilo que prefere, pois é algo muito significativo em sua vida.

Segundo a jornalista, algumas das canções aludem a um relacionamento tóxico e embora tenha tentado mencionar que estão relacionadas a Chad Kroger, Avril foi direta e respondeu que a suposição dela é “obviamente” correta, mas que nem todas são categoricamente sobre ele, já que os dois têm um ótimo relacionamento. Ironicamente ela ainda pontuou: “Eu aprecio você tentando realmente obter o controle (da situação), mas eu não vou entrar nisso!”. A jornalista então tentou explicar que não estava procurando por fofocas, mas sim tentando entender o contexto do álbum que parece ser o mais pessoal dela. Irritada, Avril então deixou bem claro: “Essa coisa toda aqui é sobre a minha música. Eu componho e coloco tudo para fora, e as pessoas podem interpretar do jeito que quiserem”.

Falando sobre a indústria, no qual está inserida há quase 17 anos, a canadense foi questionada se as críticas sexistas e irracionais que fez no início de sua carreira sobre artistas como Britney Spears a afetaram quando adolescente. Surpresa, Avril respondeu: “Não sei a que você está se referindo”. A jornalista então relembrou das histórias envolvendo declarações machistas de Fred Durst, do Limp Bizkit, sobre a artista; e a disputa criada pela mídia entre as duas: “Oh, tudo bem. É só porque eu era superpoderosa e eles precisavam de fofoca para falar”.

Mas teria Avril sempre se sentido protegida como uma adolescente em uma indústria da música cruel?: “Foi uma loucura, algo tão mágico e inacreditável. A única parte exaustiva eram os diferentes fusos horários e viajar””. Relembrando os primeiros anos de sua carreira até conseguir um grande contrato de gravação, Avril diz que a gravadora pensou que tinham em mãos uma nova artista ao estilo country de Sheryl Crow, mas que ela estava interessada em escrever músicas mais ‘pesadas’. Let Go, o primeiro disco, foi tão bem-sucedido que Lavigne conta que teve apenas seis meses para escrever o próximo, Under My Skin: “Eles me fizeram colocar tudo para fora antes que eu estivesse pronta”. Falando sobre a criação de My Happy Ending, Avril revelou uma curiosidade interessante: “Eu liguei para a gravadora dizendo: “Pessoal, eu tenho o primeiro single!”, mas eles me responderam: “Não, nós vamos com “Don’t Tell Me’”. A Arista teve a palavra final, mas Lavigne estava certa. My Happy Ending chegou ao topo das paradas em todo o mundo e vendeu quase três vezes mais do que a outra canção que apresentou o projeto.

A tão comentada mudança de estilo a partir do álbum The Best Damn Thing e o retrocesso nas letras do disco não ficaram de fora da análise da jornalista, que descreveu Avril como “conservadora, apesar de sua imagem punk”. O álbum lançado em 2007 teve Dr. Luke como produtor, que anos depois foi acusado por Kesha de abuso sexual. Avril relembrou o trabalho com ele: “Nós escrevemos ótimas músicas juntos”. Ela revela detalhes do ambiente criativo a partir do quarto disco, Goodbye Lullaby, definindo que foi “quando as lágrimas começaram”.

“A maior parte do tempo na minha carreira, a RCA Records queria que eu escrevesse outra Girlfriend. Eles não estavam interessados em baladas. É difícil ser uma mulher e ser ouvida e, às vezes, as pessoas não te levam a sério. Eu sou altamente intuitiva e sempre senti que sabia o que era melhor para mim, e por isso tive que encarar diferentes pessoas nessa jornada de quase 17 anos. Eles me diziam: “Você precisa fazer isso assim e tem que alcançar o Top40 das canções mais tocadas”. Então, a gente acaba fazendo aquelas músicas porque precisa, mas no entanto, o melhor no disco são as demais faixas. Eu tive algumas músicas do estilo que eu realmente queria. Sempre amei o pop-rock e isso ainda é quem eu sou. Sigo orgulhosa daquelas músicas, eu as escrevi. Não era como se pessoas tivessem as feito e dado para mim. Era meio que: “Ok, eu entendi. Vocês querem singles nessa direção. Beleza, trabalharei com vocês, mas preferiria fazer outra coisa”. Não dá para a gente ser teimoso e fazer tudo da própria maneira”.

Em seu quinto disco autointitulado, a canadense flertou com estilos do próprio passado e até influências de J-Pop em Hello Kitty.

“A gravadora não me dizia o que escrever liricamente”, ela insiste. “Eu sou jovem de coração, um espírito livre e divertida. Amo sair por aí, me divertir, dançar e andar de skate”. Avril então retrata os diversos tipos de música que ela pode escrever: “sobre amor, separação, festa, dança, rock’n’roll, amizade. “Eu sou uma estrela do rock, vadia!””.

Musicalmente, talvez Head Above Water, que será lançado em 15 de fevereiro, seja o disco que finalmente matará a ‘adolescente imortal’. Ela trocou de gravadora e assinou com a BMG, a quem ela disse ser tratada como uma “artista de legado”. “Essa foi a primeira vez, desde o meu primeiro álbum, que uma gravadora realmente agiu tipo: “Tire o tempo necessário que você precisa e escreva a música que você quer escrever”.

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