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❐ Fotos: Anna Kendrick é capa da revista Marie Claire UK

Anna Kendrick é a capa da revista Marie Claire UK na edição de setembro e você pode conferir abaixo a entrevista completa traduzida pela Beta Jardim.

“Anna Kendrick está acima de mim. Claro,” se eu estivesse na sua posição, eu me perguntaria: “Como que eu vou escrever um livro sobre esta “vaca?”.

Ela por experiência sabe que jornalistas, assim como eu, tem um caderninho ou um top 10 de perguntas antes da entrevista começar. Mas mesmo assim, não está ok. “Não interessa a forma que irei responder as perguntas, alguém acaba mudando alguma coisa. Tanto é que quando alguém me pergunta algo sobre cada entrevista, acabo me perguntando se eu realmente disse aquilo. Talvez tenha dito. Ou talvez, seja porque o jornalista me fez dizer aquilo.”

Segue o caso, o escritor que ela conheceu em um bar e tentou comprá-la com drinks chamados “orgasmos gritantes” simplesmente porque ele queria que a manchete fosse: “Anna Kendrick está tendo um orgasmo gritante.” Nota para o jornalista: Anna está acima de todos nós.

O problema é que a celebridade entrevistada, fica ali por pelo menos uma hora respondendo perguntas e depois o jornalista organiza toda a matéria para ter uma história definitiva. “É um pouco estranho pra mim, parece que sou uma filósofa de mão cheia.” Kendrick argumenta. Por mais que ela tenha 5,5 milhões de seguidores no Twitter que concordam com toda filosofia de vida que muitos acham que ela tem.

“Toda vez que vejo um colega meu de profissão sendo entrevistado e a manchete já demonstra algo como o segredo da sua felicidade, eu fico tipo: “Eu conheço ela. Ela é uma ótima garota, inteligente, forte, apaixonada e todas essas coisas boas…mas ela não tem tudo isso não. Portanto, a ideia de que ela sabe o segredo da felicidade, é uma coisa estranha. Desculpe, estou falando demais.”

Não é que estamos mudando-a para o mundo. Kendrick, que está com 30 anos, pessoalmente, é uma menina com um ar
tão puro quanto nas telas de cinema. Ela é uma mulher forte, é uma menina que começou cedo (não foi uma estrela Disney, mas foi nomeada aos 13 anos para um Tony Awards, com High Society). Se tornou uma atriz de comédia pela qual todos nós gostaríamos de ser melhores amigos.

Nós começamos a entrevista desta forma, com esses tópicos pois Anna está escrevendo seu livro (Uma coleção de histórias pessoais entitulado Scrappy Little Nobody), o qual será lançado no final de 2016. “Achei que seria legal e divertido colocar no papel acontecimentos pessoais, coisas que passam pela minha cabeça que não poderiam ser publicadas no twitter.” Ela explica. Ela quer contar sua própria história, do seu jeito.

Estamos sentados em um confortável sofá, em uma casa em Londres, onde foram feitas as fotos para esta entrevista. É definitivamente confortável. Anna veste jeans skinny azul, botas pretas, e uma camiseta sem manga escrito Pizza. É a metáfora perfeita para esta entrevista com a estrela que está super em alta em filmes. Tudo perfeito com este sofá confortável, uma suíte perfeita no hotel e as perguntas da jornalista.

Para uma pessoa tão privada como Kendrick, se fechar por uns meses para se concentrar nas filmagens dos filmes e para escrever seu livro em casa em Los Angeles, foi um grande desafio, pois ela precisou largar um pouco o twitter (Onde ela é muito engraçada com posts como: “Eu recebi sua mensagem, porém estou ignorando. Não piore a situação.”). E isto é o máximo que ela chega com relação a sua vida pessoal. “Acho que alguns ex´s meus não irão ficar muito contentes com tudo isso.” Ela diz. “Mas tudo o que eu posso dizer, é que é a minha perspectiva de como tudo aconteceu. Eu realmente acordei, estava de pijamas e pensei: “Droga, preciso cortar isso do livro, o que eu estava pensando? Tiveram vários momentos que eu realmente pensei em censurar algumas coisas,
mas daí eu me pegava pensando: o que eu estou fazendo?”.

Na lista entre as pessoas honestas, memórias engraçadas como as de Lena Dunham, Mindy Kaling, e Amy Poheler, Kendrick se sentiu pressionada. “Quando eu estava lendo o livro de Lena Dunham, eu pensei: ‘Esquece, não posso continuar com isso.’Quem decide que eu com zero experiência como escritora, deve fazer isso?”. Por isso, ultimamente, estou tentando não pensar nisso, mas ao mesmo tempo, estou pensando em colocar no início do livro um aviso: “Eu não tenho nenhuma experiência como escritora”.

O título do livro revela naturalmente muita coisa sobre Kendrick, e onde ela se encontra na vida hoje. Ela embarcou no processo de escrever este livro, pesquisou nos seus antigos diários que ela guardou desde quando se mudou para Los Angeles, da sua cidade natal Portland, Maine, com 18 anos. “Eu mandei uma mensagem para o meu irmão (que é mais velho que eu), Michael, eu estava desesperada. Eu disse: ‘Eu estou com saudade de ser uma zé ninguém, eu acho que eu era muito mais capaz na época.’ E então ele me respondeu: “Você continua sendo uma zé ninguém, a diferença é que você recebe mais e-mails hoje em dia.”

Eu acho que quando você atinge um nível de sucesso, ou simplesmente, quando você se torna adulto, mais maduro, você se pergunta: “Eu sou a mesma pessoa de antes? Eu me tornei mais desagradável, ou um pouco mais impaciente?”

A conclusão que ela chegou, foi a de que: “Minha personalidade foi estabelecida quando eu tinha 3 anos e ficou esta combinação de qualidades com alguns defeitos.”

Ela está se chamando de diva? “Uma vez uma pessoa me descreveu como 10 por cento desafiante como colega. Me recuso a dizer quem falou isso, porém, eu até que gostei de ser chamada assim, pois é uma qualidade que eu sempre tive. Não tem a ver em ser uma diva, porém eu realmente desafio algumas pessoas às vezes, se é algo que vale a pena lutar ou ficar brava. Se a alternativa é ser o capacho de alguém, então eu acabo desafiando.”

Um dos assuntos que Kendrick se encheu foi o número de homens que participam de filmes perto do numero de mulheres. Ela teve sua primeira experiência com isso no filme Mike and Dave Need Wedding Dates (Os Caça-Noivas). A história? Dois irmãos que sempre aprontam nas festas de família, que seus pais precisam intervir, e solicitar que se comportem no casamento da irmã no Havaí. Eles precisam procurar meninas para levar ao casamento e a procura acaba se viralizando. As meninas que eles encontram (Kendrick e Aubrey Plaza) acabam causando mais ainda confusão, com drogas, bebida e sexo. “Não, eu não esperava muito quando soube da história. O diretor do filme me disse que quando a ideia do filme foi lançada, as pessoas logo se manifestaram como: ‘outra comédia de meninos, ah não, já não temos isso demais?’ E quando eu e Aubrey fomos chamadas, as pessoas mudaram de opinião, acharam legal. A ideia de chamaram duas atrizes de comédia e não duas super modelos, fizeram as pessoas curtirem mais. ‘Ok, então é realmente um filme para todos os gêneros.’

Se é para todos os gêneros, por que os meninos foram chamados primeiro? Anna leu todo o roteiro mesmo antes do diretor ter falado algo. Na verdade, ela e Aubrey estavam cotadas a muito tempo para o papel.

“Eu acho, de verdade, que existem tantas atrizes muito boas que é difícil encontrar somente uma para isso.” Ela diz. “Com os meninos – Adam e Zac que trabalharam tão bem juntos, foi mais tranquilo. Por isso, você precisa entender o porquê chamaram os meninos primeiro.”

Ela é mais contida neste assunto do que pensei e evita esta questão de gêneros em Hollywood. Mesmo assim, sua opinião chama atenção. “É algo difícil pra mim, comentar sobre isso pois ou eu falo minha real opinião sobre ou sou mais contida e diplomática, e falo o que querem ouvir.”

Não só isso, ela tem medo de falar algo errado sobre a indústria de filmes. Na sua primeira grande atuação (lembra de quando ela atuou maravilhosamente em Up in the air e conquistou uma indicação ao Oscar?) ela hoje não gostaria de ter tanto medo de encontrar um bom diretor.

“Minha família sempre foi muito aberta a todo tipo de assunto”. Ela diz, se explicando. “Estranhamente eu acabei não me preparando para ser politicamente correta nos aspectos do mundo adulto.” O que a fez mudar, segundo ela, foi o dia que ela foi para um teste e disse: “Eu realmente acho que não sirvo para este papel, mas vou ler o texto mesmo assim, caso você me queira para outro papel.”

“Eu tive uma resposta tão positiva, que achei que deveria ter tido este tipo de atitude antes, ao invés de ter passado por situações onde ambos os lados pensavam: “Obrigada pela presença e por desperdiçar um tempo de ambas as partes.”

O seu próximo filme será uma animação da Dreamworks, entitulada “Trolls“, em que ela e Justin Timberlake estrelam os papéis principais. Este filme será grandioso. Só não espere dela outra atuação musical tão cedo. “Eu sei que recebo muitas propostas para musicais, porém eu não quero mais. Por favor, não posso mais.”

“Para participar de outro musical, somente se fosse algo como “The Last Five Years, ou “Into the Woods”, algo expetacular. Tem algo muito bom em musicais que eu adoro muito, mas eu preciso ter cuidado. Este tipo de papel exige muito fôlego e cuidados físicos. É uma tortura, você precisa ser super cuidadoso com tudo, como uma escola interna, não posso beber. Não posso comer comida apimentada. Preciso ir pra casa e tomar meus antiácidos. É como viver como um menino cheio de tarefas diárias.”

Seu papel em Pitch Perfect 3, o qual é um grande papel, será menos intenso que os outros dois da franquia. Eles devem começar a gravar logo. Anna não tem certeza de quando. Era para ter começado em março, depois abril, e depois mudou para setembro, e estamos naquela expectativa ansiosa.

“Eu deveria estar totalmente em pânico, porque normalmente eu trabalho com mais frequência”, ela diz. “Mas o mundo não está terminando ainda. Eu estou interessada em saber se ano que vem vou estar trabalhando tanto como trabalhei este ano, vou pensar se fazer 5 filmes em um ano é muito mais fácil do que não fazer 5 filmes em um ano.”

“Eu odeio não me manter ocupada, mas quando eu estou muito ocupada, eu me pergunto porque faço isso comigo.” Eu preciso parabenizá-la por mostrar que mulher é tão batalhadora e tão bem articulada quanto o homem. Ela tem sua ética de trabalho por causa de sua mãe que é contadora e pelo pai que é professor de história. “Ambos trabalharam durante toda a minha infância e adolescência, minha mãe era a ganha-pão da casa. Não imaginava que os valores que eles me ensinaram iriam ficar comigo para sempre, me dei conta somente de uns tempos para cá. Eu me sinto muito insensível por isso, porque eu sou tipo: ‘Eu entrei na creche bem pequena, e fiquei bem mesmo assim. Mas obviamente isso não é o certo.’

Ela explica que ela e o elenco de Pitch Perfect (incluindo Rebel Wilson e Brittany Snow) se sentem mais em família do que amigas. “Não de uma forma brega”. Ela explica. “Verdadeiramente um família mesmo. Nós não escolhemos umas as outras, mas se alguém fala mal de alguma de nós, todas irão defender. Nós temos um grupo de mensagens.” ela divulga.

“Todo mundo sempre manda mensagens dizendo que amam todas, que estão com saudades. Enquanto isso, eu estou pensando em alguma piada para mandar, pois não sou muito boa com palavras bonitas. Sou mais do tipo: Sai do meu lado. Não é que eu não ame elas, só não faz parte da minha personalidade. Existe uma foto que eu amo, onde eu tento sair do set de gravação do filme sem dar tchau para ninguém, e eu simplesmente fui atacada por vários abraços.” – Eu brinco que irei atacá-la com vários abraços quando a entrevista acabar, que vai deixá-la desconfortável.

Por ser uma Instagrammer ativa, eu me pergunto quando como toda o hashtag squad de celebridades vai sentar com ela. Mas ela me ataca de novo. “Isso parece perigoso”.
“Eu não sei se terei vários amigos próximos quando eu ficar mais velha, que eu possa qualificar como “squad”. Meus melhores amigos são os mesmos desde que me mudei para LA. Existem pouquíssimos amigos que são próximos, que eu fiz recentemente.”

Quando você é Anna Kendrick, todo mundo não quer ser seu amigo? E se você prestar atenção na quantidade de meninas que enlouquecem por um autógrafo fora da casa que estamos aqui em Londres, você nunca é muito nova para começar.

“Eu ainda estou trabalhando a questão do que falar quando estou na frente das crianças.” Ela ri. “Nas redes sociais, muita gente comenta: ‘Parece que eu te conheço’, mas se alguma coisa for em meu benefício, por eu interagir com o público, e acabar dizendo algo estranho – o que eu provavelmente vou dizer – eles entendem, e eles não se sentem desconfortáveis. As pessoas entendem meu senso de humor.”

Quando finalizamos a entrevista, e ela não dá um abraço como em Hollywood, ok, entendemos o recado.

Confira também as scans da revista:

ANNA KENDRICK NA CAPA DA REVISTA MARIE CLAIRE UK | SETEMBRO

AQUI.