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𝟏𝟗. ᴀᴛʟ ɴᴀ ʀᴏᴄᴋsᴏᴜɴᴅ

2017 é o ano da nova era do All Time Low e por isso, a RockSound trouxe em sua nova edição de Março, um especial da banda. Eles bateram um papo e ainda disponibilizaram postêrs lindos para os fãs. Confira abaixo a entrevista traduzida pela nossa equipe:

THE RECKLESS AND THE BRAVE.

All Time Low está de volta, mas não exatamente como nós conhecemos. Enquanto eles se preparam para lançar o álbum mais ousado de suas vidas, sentamos com os melhores de Baltimore para conversar sobre pop-punk, novos horizontes e a preparação para a grandeza.

“TRAGA OS ESTÁDIOS!” – Alex Gaskarth.

É sábado à noite no Reading Festival, e o céu está aberto. Um público de centenas de pessoas estão reunidas em volta do palco principal, com os tornozelos na lama e espalhados até onde os olhos podem ver. Assumindo o microfone, o vocalista do All Time Low, Alex Gaskarth troca um sorriso incrédulo com seus companheiros de banda – guitarrista Jack Barakat na sua direita, baixista Zack Merrick a esquerda, e Rian Dawson atrás na bateria – respira fundo, e começa a cantar, “I don’t believe in saints. They never make mistakes…” Nada disso aconteceu de verdade, óbvio. Mas é uma possibilidade…

“Eu escrevo músicas para momentos que ainda não aconteceram,” reflete Alex, com olhar distante. Depois de ficar meses em turnê, explorando novos horizontes em suas vidas pessoais e montando um sétimo álbum audacioso e ambicioso “Last Young Renegade”, ele e seus irmãos do All Time Low se preparam para entrar em turnê novamente. Quando você estiver lendo isso, o primeiro grande single “Dirty Laundry” já terá sido lançado mundialmente e estará nas paradas de rádio. E esse é apenas o começo.

“Na noite que nós estivermos, finalmente, no topo da lista do Reading, quando estiver chovendo pra caramba e eu ver 100.000 pessoas na minha frente… é pra esse momento que Dirty Laundry existe,” o vocalista continua, “Nós nos sentimos totalmente destemidos enquanto escrevíamos nosso novo álbum… Dessa vez estamos sacudindo as coisas.”

“Se o meu eu de 10 anos atrás pudesse ver tudo o que nós conquistamos, e eu falasse pra ele que ainda quero mais, ele responderia algo do tipo: ‘cala a boca, seu puto ganancioso!'” completa Rian. “Mas por quê não aumentar nossa meta? Não tem nenhum teto nessa banda, nenhuma meta final. Saímos em tour com Blink-182, tocamos em estádios com Green Day, fomos headlined em arenas; Algumas das bandas que crescemos ouvindo viraram amigos nossos. Sinto que tudo está ao nosso alcance agora.”

Embora mais de 13 anos tenha passado desde o primeiro encontro da banda, fazendo covers de Blink-182 e em breve ele vão estar celebrando uma década do seu álbum de lançamento, “So Wrong, Its Right” – eles irão te dizer, sem enrolação nenhuma, que eles mal alcançaram a superfície ainda. “Don’t Panic” de 2012 colocou eles na corrida pelo trono do pop-punk, “Future Hearts” de 2015 tirou eles das casas de show para as arenas lotadas (e no topo dos charts de álbuns no Reino Unido), mas agora eles estão pensando grande. A era “Future Hearts” acabou. Eles estão se preparando para “Last Young Renegade”.

A história do novo álbum de Alex, Jack, Rian e Zack não começa por trás dos holofotes dos palcos, nem em suas pequenas casas. Embora eles tenham começado a juntar suas ideias para músicas em 2015, ‘Last Young Renegade’ só começou a tomar forma no começo de 2016, quando Alex voltou pra Baltimore para se casar com sua namorada de escola, Lisa.

“Assim que acabou a turnê, voei direto pra casa e então, ‘hey, é meu casamento!'”, ele relembra. “Essa é uma das maiores coisas que você vai fazer na sua vida, e nós dois estivemos juntos em uma jornada incrível. Me lembro de saber da possibilidade quando começamos ‘Future Hearts’ – da gente talvez estar casando em breve – mas ainda não tinha pedido sua mão. Tem tantas histórias sobre como nos conhecemos, todas as coisas que passamos juntos, e depois do casamento eu cheguei em um ponto onde estava pronto para compartilhar tudo isso: Como seu relacionamento chegou da onde era até agora. Muito disso, entrou no nosso álbum. Como seu primeiro dia da faculdade ou quando você se muda de casa – esse momentos que faz você perceber que você não é mais uma criança – seu casamento é, com certeza, um desses grandes marcos. No caso do Alex, levou a uma reflexão sobre as escolhas que trouxe ele até esse momento, as pedras no caminho e decisões que moldaram a pessoa que ele é hoje… e a experiência das pessoas ao seu redor também. Isso é bastante claro na música ‘Dirty Laundry’. Muito coisa do ‘Future Hearts’ foi escrito da perspectiva do meu eu mais novo,” explica o vocalista, “esperançoso pra o futuro. Então muitas das músicas eram sobre minhas esperanças e sonhos, o que eu queria dessa jornada. ‘Dirty Laundry’ marca o começo de uma visão mais reflexiva. É mais sobre onde estou agora, olhando para trás; lidando com o fato que, as vezes, para chegar onde você quer, tem que sujar as mãos. Você tem que aprender a viver com isso e aceitar que a vida é feita de altos e baixos. Muito disso é sobre aceitar suas falhas e tudo, e aceitar as falhas das pessoas da sua vida,” ele continua. “É parte de crescer. Nós quatro aprendemos muitas dessas duras lições, especialmente durante esses últimos 10 anos, e agora não somos mais jovens de 18 anos. Aconteceram alguns erros pelo caminho, mas criativamente e pessoalmente, nós estamos mais confortáveis e confiantes em nós mesmos do que já estivemos. Saber o que é certo pra gente, o que funciona ou não em uma música do All Time Low, nós podemos forçar os limites do que essa banda pode ser. É o momento certo para fazer algo novo, diferente e puro. Eu preciso desse desafio.” “Isso é literalmente a única coisa que eu consigo fazer…”

“É ISSO O QUE EU SEI FAZER DE MELHOR!” – Jack Barakat.

Enquanto Alex estava desenvolvendo os conceitos de “Last Young Renegade”, o resto da banda também estava fazendo sua própria reflexão interna.

Eles estão na sua maior pausa de tour em uma década – igualmente o mesmo tempo que eles dedicam seu sangue, suor e lágrimas para o All Time Low – e começaram a explorar oportunidades fora dos holofotes. Todos os quatro membros de mudaram de Baltimore, procurando novos projetos e experiências. Crucialmente, eles tiveram a chance de perguntar para si mesmo: “Quem eu sou fora da banda?”

Para Jack, a resposta é simples. Quando ele não é “o cara da banda”, ele está completamente contente em ser “o cara do bar”. Ou mais precisamente, o cara que é o dono do bar.

“Eu não sou um estúpido,” ele nos conta, começando a sorrir. “Eu sei o que faço de melhor na vida, e isso é beber! Eu passei a maior parte do meu tempo em L.A e amo a vida noturna de lá, ter meus amigos todos juntos em um lugar. O melhor jeito de ter isso é abrindo um bar, então foi isso que eu fiz.”

Seu bar em Los Angeles – chamado The Riff, porquê sim – aberto no ano passado, e já conta com os melhores apresentadores da nossa atual cena. Na nossa última edição, Taka Moriuchi do One Ok Rock nos contou sobre uma noite memorável que passou lá com Issues, State Champs e 5 Seconds Of Summer, enquanto Mikey Way do My Chemical Romance é presença confirmada lá. Com tantos talentos musicais passando por ali, Jack pode aprender novos truques e adicionar estimulo nas suas ambições. “Um dia eu vou até o bar para uma bebida, e vai ter Twenty One Pilots de um lado, Panic! At The Disco do outro, Mikey Way curtindo por lá,” ele fala. “Mikey é um grande amigo meu, mas sempre digo pra ele, ‘Cara eu tenho tanta inveja do que você fizeram.’ Por um lado, todas essas bandas são nossos amigos, mas eu ainda admiro eles e quero o que eles tem. O mais legal é que, talvez eles sejam maiores que nós, talvez eles não sejam maiores que a gente, mas todos estão nessa pela mesma razão: De tocar música que eles amam na frente de centenas de pessoas. Me faz querer isso ainda mais, fazer All Time Low ainda maior, para que em 10 anos pra frente, pessoas estão nos admirando e se inspirando em nós.”

“Nós sempre vimos Future Hearts como um álbum de arenas, com músicas que iriam soar incríveis na frente de um público gigante, que todos pudessem cantar junto. É tudo sobre fazer nosso show , ao vivo ainda melhor. E foi exatamente assim pra gente… Quero dizer, só em Londres fomos headlines em Wembley Arena e The O2 , e fizemos uma tour em arenas nos Estados Unidos com Blink-182! Mas também nos trouxe a atenção de pessoas fora do mundo do pop-punk, que normalmente não estaria interessado na gente. Sinto que isso é importante para nós crescermos, e algo que precisamos construir com o novo disco. Claro que queremos alcançar novas pessoas -ninguém chega pra trabalhar e pensa, ‘ Cara, espero que nunca seja promovido!”

“OLHANDO PARA TRÁS, PERCEBO QUÃO LONGE NÓS CHEGAMOS” – Zack Merrick. “

Enquanto Jack está morando na cidades dos anjos, Zack embarca uma aventura bastante diferente. Optando por uma vida mais simples longe do barulho e lotação das metrópoles, ele comprou uma casa no Havaí – antes de se mudar permanentemente.

“Havaí é tão lindo, e completamente diferente de qualquer lugar que já tenha conhecido,” ele explica. “É um lugar muito tranquilo, e as pessoas que são feitas pra estar lá vão acabar lá. Você pode ir nas férias e amar, mas quando se muda pra lá você percebe que não tinha realmente entendido a cultura. Se você namorar alguém e não der certo, você tem que olhar por cima do ombro pelos próximos seis meses porque você vive em uma ilha pequena! Eu sou uma pessoa ativa, eu faço caminhadas e surfo todos os dias, então viver no Havaí é perfeito pra mim. É um ótimo lugar para relaxar, porque ficar em turnê pode ser difícil, e sou um cara bastante privado. Eu gosto de poder sair da rotina e fazer as minhas coisas.” Embora tenha desvantagens em morar tão longe do território americano (“Quando concordamos com uma sessão de fotos de três horas em New York, está tudo bem para nós, mas isso significa um voo de 12 horas ida e depois volta para o Zack,” conta Rian rindo, “Ele é um guerreiro!”)

Havaí é o lugar perfeito para um pouco de R&R – e verdade seja dita, não é a paisagem menos inspiradora do mundo.

“Ás vezes eu caminho nas montanhas com meu baixo, sento em um pedra e toco um pouquinho,” confessa Zack. “Esse é na verdade nosso próximo clipe,” Alex interrompe. “Apenas uma montagem do Zack no topo de uma montanha, sendo o rei do baixo. Não nada mais épico que isso.”

“É engraçado pensar que no ensino médio, fazendo meu SATs e os professores me perguntando: ‘O que você vai fazer da sua vida?’ relembra o baixista. “Parte de mim sempre soube que música faria parte da minha vida, mas nunca imaginei que seria desse jeito. Estar lá e ter mais tempo livre me deu a chance de me tornar mais experiente em negócios, ser mais adulto de vez em quando! Tentar todas as coisas que eu estava muito ocupado pra fazer porque estava fazendo shows, eu mergulhei de cabeça. Olhando pra trás na criança tímida que eu era, percebo o quão longe cheguei.”

“SINTO QUE TUDO ESTÁ AO NOSSO ALCANCE” – Rian Dawson.

Mas o que será que Rian está fazendo? Bem, como já leu na nossa coluna sobre a banda de pop-rock de Wisconsin Green Screen Kid, o multi talentoso baterista do All Time Low está produzindo gravações para novos artistas – no seu estúdio em Nashville, a capital da música sulista. Como ele mesmo diz, mesmo que a banda continue crescendo, não tem nada errado em ter um plano B, ou uma base que não tenha quatro rodas.

“A maioria das pessoas não percebe quanto tempo passamos em turnê,” ele conta, com um pequeno sorriso. “Não só estamos juntos por praticamente 10 meses por ano, como estamos juntos em um ônibus pequeno! Não estou dizendo que nos cansamos um dos outros, mas quando podemos ir pra casa, queremos no minimo ter a opção de desligar o lado “negócio” e recarregar as energias. Claro, que no meio de gravações para álbuns não temos essa chance. Mas separar tour de estar em casa é uma opção bacana de se ter.”

“Se tivéssemos dinheiro, nós estaríamos viajando em limusines separadas!” brinca Alex. “Não aguentamos ficar no mesmo lugar juntos!”

“Não, a gente gosta de sair juntos,” insiste Jack. “Nós não somos o tipo de caras que vai pedir um banheiro exclusivo pra gente nos bastidores. A gente caga onde todo mundo caga…”

Hmm… continuando. Junto com sua noiva Cassadee Pope (que era a vocalista do Hey Monday, e recentemente foi indicada ao Grammy por seu trabalho solo de country) Rian conseguiu fazer seu próprio nome no cenário musical do Tennessee. “Eu aprendi muito fazendo as gravações do All Time Low durante esses anos, o lado produtor,” continua Rian. “Fiz minha apresentação pelo Instagram, entrando em contato com novas bandas e sem cobrar muito – é uma espécie de trabalho fixo, eu entro às 8h da manhã e saio às 22h da noite. É gratificante compartilhar algumas coisas que aprendi, e tenho orgulho das pessoas que pude trabalhar junto. Também é bom saber que, quando acabamos nossa agenda de shows -mesmo que seja daqui a 50 anos – eu tenho outra coisa.”

“Eu não sei os outros caras, mas isso é literalmente a única coisa que eu sei fazer,” completa Jack. “Se Alex decidir se aposentar, vou ficar meio: ‘que merda, cara…'”

“O ponto central é que Alex é um cara muito legal, mantendo nos três fora das ruas!” ri Rian. “Sem pressão…”